quinta-feira, fevereiro 16, 2012

O rapaz do photoshop

o rapaz do photoshop

- O senhor tem que ver o Arlindo, já é um profissional, aprendeu sozinho a mexer nesse tal de photoshop e hoje faz um monte de coisas bonitas. Fez até um cartão para mim.

Pergunta: Em qual profissão poderíamos enquadrar o Arlindo?

a) Publicitário

b) Design Gráfico

c) Artista Digital (O artista plástico dos tempos modernos)

d) Todas as opções

Se você marcou a letra d você está de parabéns. O caso do Arlindo acontece com diversas profissões que não possuem um órgão de classe especifico. Para ser mais explicativo, um engenheiro sem CREA, um médico sem CRM ou um advogado sem OAB, não existem.

Os publicitários se não me engano possuem o seu órgão de classe especifico e acho que os designers são enquadrados no mesmo. Infelizmente isso não impede que casos como o do Arlindo aconteçam com freqüência.

É a mesma coisa com o pessoal da informática, sempre encontramos o moço do computador, aquele que instala programas com certa desenvoltura, consegue até montar uma máquina por completo, mas não é “formado” para isso.

O desmerecimento de um profissional é algo que não deve ser feito e eu sei que existem diversos que nunca precisaram de uma “formação” para serem excelentes no que fazem, mesmo assim elas existem e deveriam evitar que houvesse uma desvalorização dos profissionais daquela profissão especifica e a criação de “fabricas de diploma”.

Sem o órgão de classe especifico, tanto o Arlindo quanto o moço do computador, quando precisarem de uma “formação” para continuarem exercendo sua “profissão”, vão procurar as “fabricas de diploma”. Talvez, a “fabrica de diplomas” coloque no mercado dois bons profissionais, mas se eles não já o forem, não será a “fabrica de diplomas” que irá fazer com que se tornem.

Panelas de pressão

Hoje com o boom gourmet o que mais se vê são cursos universitários de gastronomia sendo criados a torto e a direito, sem o mínimo de critério ou cuidado, pelo menos não que eu tenha visto ou lido a respeito. Esses cursos surgem porque o mercado não quer mais contratar o “cara que mexe com as panelas”, o mercado exige aquele tenha “técnica” e essa “técnica”, mesmo que não se aprenda no tal curso, pode ser comprovada em alguns lugares, com a simples apresentação de um diploma.

Os diplomas das grandes escolas culinárias têm mais peso do que os de um curso superior de gastronomia e esses estão se associando a estas escolas para que seus certificados tenham também o nome da renomada escola.

Os profissionais que entendem do assunto e que já trabalham no ramo por algumas décadas estão vendo suas cozinhas serem invadidas por jovens de vinte e poucos anos, com um diploma embaixo do braço e uma idéia na cabeça. Misturar jaca com feijão passa a ser exemplo de ousadia e o diploma confere ao portador o status que o “cara que mexe com as panelas” desde pequeno e entende tudo e mais um pouco do assunto, não tem.

Não basta cortar os legumes, tem que saber exatamente o nome do corte. Não basta gratinar um prato, tem que fazer isso com as ferramentas “oficiais”.

É claro que se já não existe, em breve vai existir um órgão de classe especifico e com ele toda uma série de determinações que seus filiados deverão seguir enquanto quiserem ser “certificados” como chefs de cozinha ou apenas cozinheiros como alguns preferem.

Enquanto isso seguimos com o “cara que mexe nas panelas” fazendo o primeiro curso que encontrar apenas para ter condições “técnicas” de voltar a fazer o que sempre fez muito bem.

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