No curto espaço de tempo que nos vimos na estação, percebi que temos muito em comum. Naquele curto espaço de tempo comemos dois sanduiches de filé, bebemos algumas cocas-colas e rimos do tempo passado.
Você continuava com seus olhos expressivamente belos a me fitar e eu com meu sorriso sem graça a lhe encarar. Perdi as apostas, todas elas, que fiz com você e só me arrependo de não as ter pago quando foi possível.
Despedimos-nos com beijos sem graça no rosto e a indisfarçável certeza de aquele seria o nosso ultimo encontro.
Hoje aqui da janela do quarto, na fria Londres do famoso Big Ben, imaginei como estaríamos se tivéssemos levado adiante nossas loucuras adolescentes. O filho que você nunca quis ter, os cachorros que você sempre sonhou, a casa com jardim e a varanda envidraçada com vista para o mar. Sonhos, sempre eles e sua capacidade de não nos fazer desistir.
Ainda sonho com “nós”, mas sei que a realidade só me permite o “eu”.