Deitou-se, abriu as pernas e disse: “Vem!”. Eu não fui!
Amanda casou-se cedo demais para uns, tarde demais para outros e no tempo certo para mim. Deu o quanto pode, aproveitou o que conseguiu e nunca se arrependeu de ter nascido em 1993.
O casamento foi o melhor que o dinheiro pode comprar, tudo estava perfeito e apenas o noivo, pelo menos nas palavras dela, estragava aquele momento. Ela não queria estar ali, casando-se com o Otávio Augusto, burocrata da firma de importações. O que Amanda sempre quis foi se casar com peão da obra, com o pedreiro da construção do shopping, o encarregado da empreiteira, com um homem sem frescuras e não com um almofadinha vestido em um terno Armani.
Sorte dela que eu estava lá, na primeira fila e não era amigo do noivo, muito menos dela. Passei, vi a movimentação, entrei, não fui incomodado e fiquei. Sorte dela que depois da troca de alianças e do sim, a acompanhei até os fundos do sitio onde a cerimonia estava sendo realizada e a ajudei a se despir.
Sorte a minha que quando ela se deitou, eu não me deitei e escapei de ser morto junto com ela pelo Otávio Augusto, que soube naquele momento, que não estava se casando com uma virgem.