A praia de Copacabana parava para vê-la passar. Ipanema delirava com o seu gingado. Não havia uma mulata igual à Denise. Criada a leite ninho e mingau de aveia, ela arrasava na areia.
Seu pretinho, o Washington, ficava todo orgulhoso quando desfila com ela pela Vieira Souto, faziam o casal negritude dourada. Pele bronzeada, plataforma nos pés e um sorriso de iluminar beco escuro.
Denise era formada em enfermagem, técnica de radiologia do Lourenço Jorge e amiga do dono do pedaço. Washington era frentista, tinha pinta de artista e um cordão dourado.
Um dia choveu na horta deles e um cliente, que fora lavar o carro no posto onde o Washington trabalhava, esqueceu uma mala com alguns milhares de dólares dentro. O Washington até pensou em devolver, mas desistiu quando viu a casa que ele e a Denise compraram em Florianópolis, onde vivem felizes até hoje.