terça-feira, março 24, 2015

Aperto

aperto

Um aperto de mão sucedido pela vontade do abraço, pelo desejo do toque, pelo mais, pelo querer sem medida. Um aperto de mão do tamanho do universo, com a intensidade de uma paixão nunca iniciada.

O que não sangra coagula por dentro como uma ferida que não cicatriza, que se mantém e vai além da compreensão. O que se sente permanece no peito, não se desfaz com o tempo e em é levado pelo vento. O que se sente cala fundo, consome as palavras, elimina os versos e comprime toda a poesia de uma declaração em um longo soluço.

Sem chão, sem perdão, sem o essencial, sem o poder de morrer e não mais padecer do que não se pode pertencer.

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