O papel de presente embrulhou todos os nossos sonhos, nossos anseios, medos e decepções. O papel de presente embrulhou tudo o que tínhamos e o que não tínhamos. E foi tão pouco que não enchemos nem uma sacola com todos os itens. Deixamos para trás o desnecessário e todo o peso do passado, deixamos para trás as lembranças que não vamos guardar e tudo aquilo que nunca fez sentido.
Um texto que começa falando de aspirações, de sentimentos e recordações, é sempre fadado ao insucesso, mas não deixa em nenhum momento de ser um texto. É um texto pobre, um texto ruim, mas é um texto que fala de coisas que acontecem todos os dias, coisas que muitas vezes não conseguimos ver, mas podemos sentir.
O limite para a incoerência é a vontade de não ser incoerente. O limite para o medo é a coragem de enfrenta-lo. Temos muito medo da incoerência, mas não temos coerência suficiente para ter coragem. Todo mundo perde preciosos segundos a cada minuto por forçar a barra e achar que pode a tudo suportar.
O papel de presente foi rasgado assim que chegamos da viagem e pudemos constatar que todos os nossos sonhos, anseios, medos e decepções ainda estavam lá, tal e qual os embrulhamos. O que tínhamos e o que não tínhamos foi transportado em segurança e agora são nossos preciosos itens para a construção de uma nova identidade, uma nova vida, um novo tempo.
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