É uma perda de tempo procurar a Bruna no elevador de carga, pois ela quando sai para almoçar demora. Fica horas passeando pelas lojas, se perde nas vitrinas e até, às vezes, esquece de voltar.
Mais perda de tempo ainda é querer que ela mude, que ela
perca suas manias, seus vícios, seus defeitos e principalmente suas qualidades.
Quem conhece Bruna sabe do que ela é capaz e por isso mesmo, prefere que
continue assim.
Impressiona o fato dela ser ao mesmo tempo tão concentrada e
tão desligada. Ela é uma das poucas que consegue virar a chave. Liga e desliga
no automático.
Ela pode estar fazendo um longo discurso sobre física
quântica e do nada lembrar que não pagou o financiamento do carro. Ela pode
fazer um excelente guisado e de repente comer um hambúrguer na esquina. É oito
ou oitenta. Não tem meio termo.
Por ser assim linda e ogra ao mesmo tempo, por não pensar
muito antes de agir e principalmente por sorrir ao menor sinal de dificuldade,
é que ela vai ser sempre a dona do coração de todos.