sexta-feira, maio 24, 2013

Água de beber

agua de beber

Quinze dias em claro sem uma gota de álcool. Veneno dos meus dias que hoje consigo viver sem. Graças à força de vontade de muitas pessoas, menos a minha, estou a quinze dias, exatos quinze dias e dezoito horas sem nenhuma gota de álcool.

Bebi muito antes de decidirem que eu devia parar. Tomei garrafas e mais garrafas de cachaça, litros e mais litros de uísque, doses e mais doses de tequila, tudo o mais que se possa imaginar eu bebi. Veneno eu dispensei, muitas vezes, mas me arrependo, teria sido menos traumático.

O fígado, que já não tenho, resistiu bravamente enquanto pode e pode muito. Os rins, estes filtraram legal e ainda estão em ponto de bala. Nunca me senti tão bem, nem quando tomei doses cavalares de batida de coco com laranja, que coisa boa.

Sempre fui presença máster dos casamentos, batizados, festas de quinze anos e bodas de prata. Palhaço nunca, apenas presença obrigatória para animar a festa e as tias velhas fogosas que reclamam, mas se amarram em um bêbado assanhado. Nunca paguei mico de cair no chão ou me atirar na piscina, mas contei um monte de piadas sem graças que todo mundo riu e ainda pediu bis.

Bons tempos em que beber era só algo corriqueiro e não uma obrigação, bons tempos em que o barato era ficar alegre e não doidão. Tempos bons, que nunca mais vão voltar, parei de vez com essa coisa de sair torto na foto. Agora quero paz, sombra e dois dedos de vodca com limão, açúcar e gelo.

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