sábado, maio 25, 2013

Sorte grande

sorte grande

- E o centro das atenções agora é o tal de Feliciano.
- Estamos no Brasil, precisamos sempre de algo ou alguém para poder falar, seja bem, ou seja, mal.
- E você e o César? Como é que duas pessoas tão distintas se conheceram e ainda conseguiram se apaixonar?
- Nos conhecemos em uma daquelas festas que reuniam toda a turma.
- Não vai me dizer que foi a da Luana?
- Não, acho que foi no churrasco do Beto.
- Aquele em que depois foi tudo mundo para o gramado olhar as estrelas?
- Esse mesmo.

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- Eu já estava lá com as meninas, mas estava achando aquele churrasco tão desanimado que estava pensando até em ir embora.
- Foi aí que ele chegou e você mudou de idéia!
- Você vai permitir que eu continue ou quer tentar adivinhar a história?
- É, vai deixar ela terminar e nos contar ou não?
- Ok suas chatas! Continue, não vou mais interromper.

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- Como eu estava dizendo, a festa estava bem sem graça, encheram o freezer com aquela cerveja que eu não gosto e a caipirinha que o Luciano estava fazendo era horrível. Enfim, conversava com as meninas quando ouvi um burburinho vindo da entrada e quando olhei era ele entrando, todo metido como se fosse sua realeza.
- Já está aumentando, querendo valorizar o produto.
- Não senhora, não estou não. Falava com todo mundo, nariz empinado, sorriso no rosto e aquele ar de rei do pedaço. Impressionante como todos o conheciam e faziam questão de cumprimentar.
- Mas que mal tem ser conhecido?
- Mal nenhum, só estou dizendo que quando ele chegou, parecia que a festa inteira havia parado para lhe cumprimentar. O Léo que estava na churrasqueira gritou, a Beth só faltou pular no pescoço dele. Aí fiquei curiosa para saber quem é que monopolizava tanta atenção assim.
- A Amanda falou que você perguntou logo quem ele era.

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- Prosseguindo... Vi aquela figura entrando na festa, perguntei para Amanda quem era e ela me deu a ficha completa, mas já foi dizendo que ele não prestava.
- E foi aí que você quis ver se era mesmo verdade.
- Ela até que não mentiu muito, ele não presta mesmo. Naquele dia então, parecia o Don Juan de um real e noventa e nove centavos.
- Você fica desdenhando, mas bem que pegou. Depois de tudo isso, como é que você foi gostar dele? Foi a pose?
- Me deixem terminar de contar!

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- O fato é que mesmo com toda a pompa com que ele chegou, alguma coisa me chamou a atenção e acho que foi o olhar. Ele olhava para as pessoas com vontade, não era aquele olhar de quem já morreu, era um olhar de quem deseja mais. Esse mais podia ser conhecer, ter, encantar, conquistar e no meu caso, quando ele me olhou nos olhos, penetrou a alma e derreteu tudo. Não vou dizer que foi paixão a primeira vista, mas que foi um bom começo isso foi.
- Então foi só isso, o olhar? Foi por conta desse olhar que você se apaixonou por ele?
- Não foi só o olhar, tiveram muito mais coisas.
- O que, por exemplo?
- Ah... A conversa agradável, a inteligência, o bom humor e muitas outras coisas que encantam uma mulher quando ela conhece um homem. Sabe, a gente reconhece o cara quando ele nos toca, quando ele sorri ou quando ele simplesmente age naturalmente, sem querer ser ou parecer alguém que não é.
- Nossa você está mesmo apaixonada.
- Que culpa tenho eu se tirei a sorte grande...

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