Existem finais de semana em que a chuva cai. O tempo muda, as nuvens aparecem, o sol se esconde e chove. Não é chuva miúda ou de verão, não passa rápido, é chuva das boas, que molha sem pena. Nestes finais de semana, é prudente ficar em casa, recolher-se ao repouso e aguardar com paciência o tempo melhorar.
Assim como quando a chuva cai, deveríamos fazer o mesmo naqueles momentos que nossa emocional esta nublado, em que as ideias não correspondem ao que está realmente acontecendo. Nestes momentos, deveríamos nos recolher e esperar passar. Não é preciso o isolamento, mas é necessário interiorizar, respirar fundo e tentar compreender o que se passa do lado de dentro, lá no fundo do peito.
Forçar-se a fazer o que seria o esperado, é colocar-se em posição vulnerável, é abrir as defesas para as armadilhas do psíquico e correr o risco de se envolver em desencontros emocionais. É estar presente de corpo, mas não de alma. É sorrir quando se quer chorar, é falar quando se quer silenciar. Os prejuízos causados pela exposição desnecessária não podem ser medidos de imediato, mas são sentidos quando somos confrontados com nossas mais profundas emoções.
No instante em que a noite cai, quando o corpo repousa, a mente trabalha e produz, nos colocando frente a frente com nossa tempestade interior e dela não podemos escapar. Nesse momento nossos medos vêm à tona e tudo o que mais temíamos acontece e somente porque não soubemos respeitar o nosso toque de recolher.
Quando queremos demais, quando cometemos excessos, pagamos por isso de uma forma ou de outra, porque temos que compreender que nem sempre faz sol.