Sempre que começa fevereiro lembro-me de janeiro, e é assim que as recordações importantes aparecem em minha mente. Sempre no mês seguinte lembro-me do anterior, um carrossel que não para de girar em minha cabeça trazendo fatos, acontecimentos, imagens, pessoas, passagens. Um mês não tem ligação direta com o outro, mas de alguma forma eles se interligam formando o que posso chamar de conexão espacial sem sentido.
Essa conexão espacial sem sentido muda a todo instante, não é algo fixo em meu calendário lunar. Mudanças de fase ocorrem de acordo com as marés ou com os meses do ano, minhas conexões que alternam meses, entre anteriores e posteriores, são inexatas, complexas e passageiras. Não há uma duração definida, um modo de execução ou regra, minha conexão espacial sem sentido é única em sua forma.
Nos meses impares eu retorno aos pares e nos pares eu avanço aos impares. Nos dias quentes eu acordo com frio e nos dias frios não sinto calor. Há certa incoerência no que falo, no que escrevo e mais ainda no que penso. Há tanta coisa oculta e ainda não revelada que já não perco mais tempo com viagens mentais, sigo minha conexão espacial sem sentido e tento ser feliz.
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