- Vai cantar o que meu filho?
- Uma música.
- Que música?
- Aquela canção.
- Qual canção?
- Uma bem bonita, que fala de sentimentos bons.
- Que legal pessoal! Ele vai cantar uma bela canção sentimental para nós. E qual o nome dessa canção meu filho?
- Nome? Precisa?
- Sim, toda a canção tem um nome, um compositor, um interprete. Qual o nome da canção que você vai cantar?
- Ah moço o nome eu não sei, muito menos quem a compôs e quem a interpreta, só sei que é bonita demais e não posso deixar de canta-la.
- Então você vai cantar a capela?
- Não, vou cantar aqui mesmo.
- Sim, a capela quer dizer sem o acompanhamento da orquestra, porque se você não sabe o nome da canção, como é que a orquestra vai poder executa-la?
- Pede ao maestro para tocar a mais bonita canção que ele conhecer, aquela que toca o coração dele, só isso, só isso mesmo.
- Tem certeza meu filho?
- Tenho sim senhor, só quero isso só.
- Então maestro toque uma linda melodia para este rapaz.
Ao soar dos primeiros acordes poucos identificaram a canção e os que pensaram ter identificado estavam enganados. Ele cantou com a alma uma canção que ninguém imaginava qual seria. Ele cantou com o coração e com todo o seu mais nobre sentimento, levando todos as lagrimas.
No fim da apresentação o apresentador visivelmente sem condições de falar alguma coisa, pediu com um gesto o intervalo e a plateia em silencio viu o rapaz franzino sair do palco sem se despedir, levando com ele apenas a alegria de ter proporcionado a todos um momento inesquecível.
Não se sabe o seu nome e muito menos o que ele queria ali, naquele palco, mas sabe-se que ele conseguiu.
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