Fazia tanto tempo que ela não sorria que ver aquele sorriso no seu rosto, em pleno mês de agosto, era apenas um motivo para construir uma frase que rimasse. Rosto, agosto, fala de criatividade. Só isso.
Ela sorriu, isso realmente aconteceu, mas não foi em Agosto e nem em Dezembro. Ela sorriu em Junho, em pleno inverno, depois de acabar de assistir a seu filme preferido. Ela estava feliz sem motivo aparente, apenas porque estava e pronto. A coisa da felicidade espontânea, a coisa da alegria sem hora marcada.
Tirando os problemas no trânsito, a poluição sonora e a insegurança, coisas que não a incomodavam porque ela morava no campo, o resto era fácil. Os amores, poucos, sempre foram passageiros. Os amigos, poucos, sempre foram verdadeiros. As ilusões, muitas, sempre foram grandes.
Hoje, depois do filme e da felicidade fora de hora, ela deitou na cama, fechou os olhos e adormeceu como se nada mais existisse. Nada de chocolate, de pipoca ou calmantes, apenas o bom e velho filme preferido de sempre e uma cama confortável.
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