Ela não sabe, mas esta prestes a ser abordada por alguém que ela não conhece, e que fará parte da sua vida. Ela não sabe ou será que finge não saber. Ela não quer ou será que está apenas criando sonhos em sua mente, gerando histórias bonitas e contos fantasiosos de um romance ideal.
Desde que ela abriu seu próprio negócio que as coisas melhoraram a passos largos. A rotina entediante das grandes repartições foi substituída pela emoção do dia a dia, dos novos clientes que atravessavam a porta todos os dias em busca de novidades e do seu olhar. Novos clientes como o Márcio, novo morador do bairro, recém-chegado de São Paulo e arquiteto. Márcio visitava a sua loja duas ou três vezes por semana e em todas às vezes, desde a primeira, fazia questão de falar com ela.
Márcio era o tipo boa praça, sorriso fácil, olhar cativante e um bom humor de invejar. Ela era tímida, sorria de canto e olhava com doçura. Eles se encontravam todas as vezes que Márcio aparecia e dai para as afinidades surgirem foi um pulo. Márcio adorava comida oriental, ela era fã de pratos italianos. Ela ouvia rock e Márcio preferia música clássica.
Marcaram um jantar, como era de se esperar, mas Márcio não apareceu. Um rapaz franzino e sem nenhum atrativo especial, ao vê-la ali, sozinha dedilhando os talheres, resolveu se apresentar, se convidou para sentar, começou a conversar com ela e a deixou em casa no fim da noite.
Márcio mandou uma mensagem bem tarde dizendo ter ficado sem bateria, carro enguiçado, problemas no escritório e tantas outras coisas que acontecem ou não, mas que não deveriam acontecer naquele dia. Ela já estava encantada com o tal rapaz franzino e tão somente respondeu com um "Ok, acontece".
Dai por diante o resto é história, que foi vivida e ainda continua a ser vivida todos os dias. A vida não é uma ciência exata, ela é para ser sentida dia a dia, minuto a minuto, a cada momento.
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