Abre o peito e chora

Chora, abre o peito e chora
Você pode chorar, chorar chorar, chorar, chorar
Chora, pois quem hoje chora
Amanhã vai cantar laiá, laiá, laiá, laiá
E quem viver verá, verá, verá, verá, verá

Mentira, quem foi que falou
Que um homem não pode chorar
O choro é o banho da dor
É chuva pra alma lavar

E como se um fosse um rio
É claro que vai desaguar
E como um pingo d'água
Num grande oceano será
Todo mal, toda mágoa
do mundo pro fundo do mar
Pode chorar

Chora, abre o peito e chora
Você pode chorar, chorar chorar, chorar, chorar
Chora, pois quem hoje chora
Amanhã vai cantar laiá, laiá, laiá, laiá
E quem viver verá, verá, verá, verá, verá

Pode chorar
Se a lágrima não escorrer
O pranto não pode secar
Pode chorar
O choro é a voz do sofrer
Gemendo em silêncio
Gritando bem alto
Prum novo sorriso poder despertar
Pode chorar

Serginho Meriti, Rodrigo Leite e Cauíque

Sinceridade a prova de balas

Falem o que quiser de mim, menos que eu não sou sincero ou que não vou direto ao ponto. Prefiro pecar pelo excesso do que pela omissão, pois nunca fui muito chegado a metades. O que se divide, o que se omite com floreios, não faz o meu estilo. Para agradar eu acho bem melhor colocar logo o dedo na ferida do que maquiar aquilo que todo mundo vê.

Nos dias de hoje todo mundo pisa em ovos, porque tem essa coisa do politicamente correto e aqueles que “ousam” falar as coisas como elas são, são taxados de ignorantes, insensíveis e um bando de outras coisas que variam de acordo com a situação. Nunca tive medo de adjetivos, fiquem a vontade, pois prefiro e vou continuar a ser esse que fala o que pensa do que aquele que pensa demais e fala o que considera de acordo com os “padrões”.

Começa que esse lance de aceitável, padronizável, preparado, é bonito nos livros e na televisão, onde existem as regras do meio. No dia a dia, mais bonito é aquele soco bem no meio do queixo, aquele que derruba os que não estão preparados, mas que é honesto porque é sincero. Antes ouvir uma verdade olho no olho do que escutar um elogio inventado para não machucar.

A sinceridade nunca machuca aqueles que a praticam, mas agride aqueles que são adeptos do meio termo, das palavras cheias de enfeite. O mundo está chato demais, as pessoas estão frescas demais, melindrosas, medrosas, modorrentas. Não se acham mais aqueles seres sem vergonha da felicidade, sem medo de falar e ouvir algumas verdades. Os poucos que ainda resistem não são bem aceitos.

Eu faço parte do seleto grupo que prefere o risco, que fala o que pensa e não mede esforços para ser original. Posso perder um amigo, mas não perco a honestidade e pensando bem, se algum amigo meu se incomoda com o meu jeito, é porque não é lá muito meu amigo. Os que são sabem e os que sabem estão prontos para não se assustar.

Louco por você

Eu troco toda a eternidade por um beijo seu. Esqueço até dos meus problemas para cuidar dos seus. Não quero saber de nada eu só quero você. E quanto mais eu me perco me encontro em nós dois.

É amor o que eu trago no peito. É paixão o que brota de mim. Essa coisa que não tem mais jeito de tirar daqui.

Eu faço o inesperado para estar com você. Sonho seus sonhos toda noite para que também sejam meus. Acordo de madrugada só para te ligar, pois ouvir sua voz me faz relaxar.

É só isso o que eu quero para nós. Nossa casa e nossos lençóis. Eu e você dançando na chuva, sem ligar para o mundo lá fora. Só depende de nós!

Não lhe quero mal, mas não te faço bem

Um dia você vai me agradecer por tudo o que lhe fiz. Um dia você vai se lembrar de que fui eu quem não lhe dei a mão quando você mais precisou, fui eu quem lhe deixei cair quando podia lhe amparar e principalmente, fui eu quem não lhe procurou quando era isso que eu deveria fazer. Espero que não me agradeça apenas por isso, mas que se lembre também do tempo em que perdeu ao meu lado.

É importante salientar que caso não me agradeça, vou entender, mesmo não considerando esta uma opção correta. O agradecimento seria a constatação do que eu sempre fui e do que serei enquanto viver, não vou mudar. Em alguns momentos pensei seriamente que poderia agir diferente com você, que deveria me preocupar conosco, mas rapidamente esses pensamentos eram substituídos pela certeza de que eu estava fazendo a coisa certa.

Há os que podem lhe consolar neste momento, os que querem estar ao seu lado e aqueles que adorariam poder me fazer algum mal como uma forma de lhe agradar. Estes, são justamente aqueles que você considera como nada, são os que você despreza e ignora. Tolos!

Amanhã quando acordarmos sei que vai sorrir e esperar por uma demonstração de carinho, mas também sei que você sabe que isso não vai acontecer. Vou apenas me levantar, vestir minhas roupas e sair. Deixar você é apenas a forma que encontrei para extravasar meus sentimentos mais profundos e fazer você entender que sem mim tudo seria diferente e você muito mais feliz.

Eu não sei dançar

Às vezes eu quero chorar
Mas o dia nasce e eu esqueço
Meus olhos se escondem
Onde explodem paixões...

E tudo que eu posso te dar
É solidão com vista pro mar
Ou outra coisa prá lembrar...

Às vezes eu quero demais
E eu nunca sei
Se eu mereço
Os quartos escuros
Pulsam!
E pedem por nós...

E tudo que eu posso te dar
É solidão com vista pro mar
Ou outra coisa prá lembrar
Se você quiser
Eu posso tentar
Massss!...

Eu não sei dançar
Tão devagar
Prá te acompanhar...

Eu não sei dançar
Tão devagar
Prá te acompanhar
Prá te acompanhar...

Alvin L.

O ano que não chega ao fim

Ainda falta um mês e alguns dias para a chegada do novo ano, 2014 ainda vai demorar um pouco a acabar. Para alguns isso é motivo de comemoração, para outros um tormento. Cada qual com o seu sentimento, cada qual com a sua razão. Motivos para desejar o fim ou a continuidade são o que não faltam e para quem os tem e alimenta, são todos justos.

Não vou entrar no mérito da formula matemática que soma a quantidade de coisas boas, subtrai pela quantidade de coisas não tão boas e chega a uma nota para o ano, pois acho que ela não se aplica. Tudo o que aconteceu e ainda está para acontecer em 2014 é mera consequência das atitudes que foram tomadas durante o ano e nada mais. Engana-se quem pensa que em 2015 ou 2016 as coisas irão mudar apenas porque o ano tem um digito a mais do que o anterior ou porque numerologicamente falando será o ano mais fodão da década, do século ou do milênio.

As alegrias vão se perpetuar se você continuar a fazer por onde, não deixar de lutar e correr atrás. As tristezas vão existir, mas podem ser amenizadas se você não se deixar abater por elas e seguir em frente. Colocar a culpa no ano pelos seus problemas não vai resolvê-los, assim como esperar para fazer alguma coisa apenas no ano seguinte também não vai ajudar.

Os bons dias começam no instante em que você decide que eles devem começar, portanto podem começar agora, neste instante, daqui a meia hora, amanhã ou tão somente no ano que vem. Você é responsável por isso, só você, então assuma essa responsabilidade e não espere pela chuva de fogos do dia 31 para ser feliz.

#Alegria

Tem que ter energia para sorrir no dia a dia e encarar com ousadia o que se apresentar. Tem que ter talento para sair do sofrimento sempre com a cabeça erguida e não perdê-la de lugar.

Tem que ter vontade, tem que ter verdade, tem que fazer muito com o pouco que aparecer. E tem que fazer isso tudo sem cair do salto, pois viver a vida é para quem tem coragem.

Na hastag dos sentimentos nada acontece em um só momento, tudo muda de lugar no instante em que é hora de começar. A balança dos porquês pende sempre para o lado dos que não duvidam da força que tem.

Expressivamente bela

Sim, eu estava olhando para ela, foi involuntário. Ela é daquelas mulheres que chamam a atenção, não é do tipo comum que vemos todos os dias nas ruas. Ela se destaca na multidão de rostos iguais e sem graça.

Sabe aquele lance de expressão? Então, ela é assim, expressiva. Aquele olhar conquista qualquer um e não estou falando que ela faz isso para provocar, porque ela não faz. Ela nasceu com esse charme natural, essa coisa de ser o que é de forma simples, sem excessos.

Outro dia a vi desarrumada, como se isso fosse possível, mas para muitas ela estava desarrumada e somente porque não estava vestindo nada demais, nenhuma roupa especial. Ela estava com um vestido qualquer, de um tecido qualquer, sem cor, sem nada. Nada de brincos, nada de maquiagem, nada de nada e mesmo assim, estava linda, porque como já disse, ela não precisa.

Tenho para mim que ela vive em um mundo diferente, pois ela flutua ao invés de caminhar. Varias vezes já me peguei a achar estar exagerando, mas foi só cruzar com ela para perceber que não. O exagero seria não reconhecer o que ela representa.

O pior é que ela não se acha nada disso, muito pelo contrario, ela se acha sem graça, normal, mesmo que todos digam que não. Ela não se convence fácil das coisas, mas enquanto isso segue desfilando sua beleza por aí e encantando aqueles que têm o prazer de com ela conviver.

Tensão sexual

Existem diversos tipos de encontro e cada um deles tem a sua particularidade, seu modo de acontecer. Em geral esses encontros trazem consigo uma série de sentimentos e emoções que potencializam a percepção do todo, transformando um simples momento em algo que ficará marcado.

Pele com pele, aquele toque que quer dizer algo mais. Não é um carinho ou simples esbarrão, é mais profundo. Olhar com olhar, quando ambos se cruzam e dizem muito mais do que poderiam dizer se falassem alguma coisa.

Os encontros físicos são perceptíveis porque há de fato a interação, o que não acontece nos outros tipos de encontro, pois nestes o que dispara o gatilho não é o toque. Nos encontros que não são físicos o cérebro se encarrega de providenciar que a dose necessária de substancias para que a percepção do encontro ocorra.

Porém há um tipo de encontro que se diferencia dos demais porque acontece de repente e com muita intensidade. É uma chama que não se mantém por muito tempo acesa, mas que queima com intensidade. Chamamos isso de tensão sexual, que é quando duas pessoas sentem uma pela outra um forte desejo. Não tem nada de romance, carinho, amor ou coisa do tipo, é tesão mesmo.

Os odores mudam, a pele ruboriza, a noradrenalina entra em ação e ambos não conseguem disfarçar que há uma tensão ali, algo que eles não podem controlar. Nem sempre a tensão se transforma no ato em si por uma série de fatores, mas o fato dela existir já mostra que há uma bomba prestes a explodir a qualquer momento.

Explicando o que não tem explicação

Toda essa inadequação é consequência de algo que não sei o que é e, portanto, não tenho como explicar. Profissionais que estudam a mente e as reações provocadas pelas alterações que acontecem na mesma devem ter uma resposta, mesmo que ela não seja convincente.

O que os tais profissionais fazem, depois de muitos anos de estudo, é tentar identificar pontos do seu passado, da sua história, onde algo possa ter ocorrido e que tenha desencadeado o processo. Eles fazem diversas perguntas a respeito de como você está se sentindo, de como as coisas tem acontecido em sua vida e com base em suas respostas elaboram um diagnostico seguido de uma orientação. Claro que o processo não é exatamente dessa forma e existem muito mais coisas envolvidas, mas a questão não é esta.

A necessidade de se achar respostas para tudo é o que mais me incomoda. Porque tudo precisa de uma explicação? Porque eu não posso ter a minha inadequação sem que isso tenha alguma coisa haver com meu passado ou com pessoas, acontecimentos, passagens.

Sei da necessidade e importância dos profissionais que se dedicam aos problemas da psique, da mente e outros associados, por isso mesmo que não estou aqui fazendo uma critica a eles. Apenas penso que nem tudo precisa ter relação com algo para existir, muitas vezes as coisas acontecem e pronto.

No mesmo manto

Pensou me amarrar
Marcou bobeira
Vou me banhar, vou me jogar
Na cachoeira
Não valeu rezar
A noite inteira
Pra me ganhar, pra me ganhar

É, me querendo fez pedido pro meu santo, é
Sem saber se debruçou no mesmo manto onde eu me
deitei
E pra Xangô me dediquei, é
Eu sempre me preocupei com o meu destino, é
Trago no sorriso aberto o desatino que vem da paixão
Pra iludir meu coração

É, dentro do meu sentimento, sou madeira
Só me entrego a paixão verdadeira
verdadeira, verdadeira

Dia da consciência de quem

Está aí um feriado para se aproveitar, um feriado onde se comemora o dia da consciência negra. Parabéns aqueles que estão curtindo esse feriado, pois uma grande parcela ainda está trabalhando para que alguns poucos possam aproveitar. Não vou entrar na esparrela de dizer que essa grande maioria trabalhando é negra, como muitos querem fazer parecer, porque pode até ser, mas isso não vem ao caso e nem é relevante.

Toda essa celeuma em torno de uma data, em torno de um dia, para mim não faz nenhum sentido. Essa reverencia a um homem, sim Zumbi não é Deus, também é algo que não me desce. Somos negros, todos nós, e não precisamos de datas especiais, pelo menos não deveríamos.

O que sempre me incomodou é essa coisa da diferenciação, de dia especial, de passeata, de comemoração especifica, seja ela qual for. Para mim não deveria existir o dia do branco, do negro ou do amarelo, deveria sim existir o dia de todos.

Não é por ser negro que tenho que ficar idolatrando Zumbi, que dizem ter feito algo pelos seus iguais, ou celebrando a data como se fosse o dia do ano. Sou negro e acho que toda essa celeuma é desnecessária e sem proposito. O ser humano não deve precisar de confirmação para o que já sabe, não deve precisar de feriado para ser mais daquilo que sempre foi.

Valeu Zumbi, obrigado Isabel, mas daqui para frente acho que não precisamos mais deles para fazer a nossa historia. Temos todas as condições para fazer acontecer, independente de qualquer coisa, pois quem quer supera as barreiras.

Romance temperado

E tudo o que eu lhe der será aquilo que você merece ter! Muito mais carinho e um pouco de patê. Não sou um cara gourmet daqueles que você vê na tv, mas sei comprar as coisas que a gente mais gosta de comer. Sem maionese e sem stress, o nosso amor é foda!

Temperado com ervas finas ou tempero de tabletes. Com azeitona sem caroço e gratinado no forno. Na cama tudo é mais gostoso, debaixo dos nossos lençóis, fazemos a casa tremer e enquanto bolo esfria preparamos mais um bebê.

Não há alimento nesse mundo que sacie a nossa fome de viver. Um espumante bem gelado, um abraço apertado, um beijo molhado e isso é só o começo de mais uma noite especial.

O que sinto por ti

Na minha rua não tem lua, na minha rua é só você que brilha, na minha rua minha alegria é estar em sua companhia. Hoje eu componho em sua homenagem esses simples versos que lhe mostro agora, mesmo sabendo que com seus encantos eles são pouco perto de você.

No meu céu não há estrelas, no meu céu o brilho é todo seu, no meu céu você é astro rei. No mesmo instante de um segundo o mundo inteiro sonha com você e reconheço que esse mundo não é o bastante para você.

Não te peço nada do que não possa me dar, até porque só lhe darei meu amor. E os dias enfim serão infindos, quando não mais dúvidas houver do que eu sinto por ti.

Todo o amor que houver nesse mundo

Sem sacanagem! Sensacional é quando aquela topada homérica, aquela que arranca metade do dedão do pé e metade do calçamento, não lhe causa nenhum tipo de dor. O corpo esta tão anestesiado, tão em estado de coma induzido, que nada consegue produzir efeito sobre ele. Este estado de estupor acontece porque em algum momento de nossas vidas somos acometidos por essa coisa chamada amor.

Há os que gostam de falar em paixão, mas eu acho que o amor não deve ser classificado por conta de sua intensidade. A paixão, nada mais é do que o amor sem medidas, o amor que transborda e, portanto, é só um amor maior.

A ciência tenta a todo custo e de diversas maneiras explicar o amor e seus efeitos. Já se sabe do aumento de produção de diversos hormônios, da alteração no ritmo dos batimentos cardíacos e de uma série de outras coisas, mas ainda não se consegue explicar o que dispara o amor. Porque dentre tantas no universo, uma em especial desperta em nós todas essas reações?

Deixo a tentativa de dissecar o amor para os cientistas, os estudiosos da matéria. Contento-me em aproveitar de seus benefícios e desfrutar de todo o amor que houver nesse mundo.

Reflexões depois do fim

Quando nos separamos naquela manhã de outono, o sol já não estava mais lá a nos iluminar. Quando o momento chegou e você saiu pela porta que havia entrado há três anos, me bateu uma saudade do tempo em que a gente se gostava e se bastava. Deu saudade de todas as nossas passagens, das marcações no livro, do chocolate quente debaixo do edredom e das noites intermináveis de sexo selvagem. É duro ter que admitir, mas não havia mais resquícios de você em mim.

Levei meses para conseguir me olhar no espelho sem a sua presença, intermináveis meses que me fizeram crer que o acaso é cruel demais. Sempre tive a fixação de arrumar o seu lado da cama bem mais próximo do meu, de perfumar meu travesseiro com o seu perfume e sonhar acordado com o seu sorriso. Fui louco o bastante para conseguir mantê-la ao meu lado todo este tempo, mas não bom o suficiente para não perde-la.

Observando os cacos, o que restou, percebo que a realidade é que estivemos juntos, mas não estávamos realmente em sintonia, vivendo como um mesmo sendo dois. Você sempre teve o seu mundo, seus pensamentos, suas ideias de uma vida a dois e nada disso ia de acordo com o meu mundo, meus pensamentos e minhas ideias de uma vida a dois.

Não foi por isso que acabou, terminou porque não era para continuar. Não será por isso que vamos desistir um do outro, continuaremos mantendo o sentimento que temos e uma das maiores provas de amor que pudemos dar, foi nos permitimos ser felizes longe um do outro.

Deixa

Deixa eu pensar em você assim como você pensa em mim. Deixa tudo acontecer, sabemos que não será tão ruim. Quando a tempestade passar e o sol brilhar outra vez, juntos vamos caminhar e sorrir depois do luar.

Deixa eu te querer muito bem assim como você me quer bem. Deixa o sentimento explodir e a felicidade surgir. É real o que falam de nós e em nossos lençóis não existem mais medos, nem brinquedos, somos mais do que já fomos um dia.

Na vida a gente pode ter carinho, amor e ilusão, depende apenas de como se comporta o coração. A realidade que dói é a mesma que afaga e corrói, o tempo que demora a passar é aquele que pode curar.

Relações instantâneas

É quase o mesmo tempo de preparo de um miojo, acho até que o miojo demora mais para ficar pronto.

Aquele casal mais que perfeito, que gastou fortunas em uma festa de casamento memorável e passou a lua de mel em um paraíso paradisíaco, permanece junto por tão pouco tempo, que chega a impressionar. O instantâneo da coisa assusta por que é rápido mesmo, quase como uma urgência.

É tão mais rápida a separação do que a união. O tempo que o tabelião leva para preencher os papeis ou o religioso leva para dar a benção, não é nada se comparado à velocidade que a separação acontece. E o que é melhor, ou dependendo de como se vê, pior, novas relações surgem tão rápido quanto.

Sei que a coisa do para sempre é uma lenda, mas não imaginava que tudo pudesse ser tão rápido, de uma imediatez tamanha. Por essas e outras que acho válido a construção de uma base de conhecimento, um tempo de convivência, para que na hora em que a vontade de oficializar a união for forte demais, o tempo de duração da mesma não seja apenas um suspiro.

Criança

Vou
Vou levar
O tempo que for
Vou
Vou levar
Até desvendar caminhos e ver
Como eu chego em você

Vou
Vou levar
Até descobrir
Onde está
O mapa da mina

Eu sei (eu sei)
Criança, eu sei
Mas se você disser
Que quer
Eu tô quase lá...

Vou
Vou levar
O tempo que for
Vou
Vou levar
Até decifrar segredos e ser
O que eu desejo pra você

Vou
Vou levar
Até conseguir
Alcançar
A sua inocência

Eu sei (eu sei)
Criança, eu sei
Mas se você disser
Que quer
Eu vou adorar

Marina Lima

Santinha do pau oco

Vai perder a linha em pleno feriado e não vai voltar. Perder a linha é pouco, natural e tão simples, que chega a ser desinteressante. Sim, quando as coisas são fáceis demais, dadas demais, sempre acontece o desinteresse. Lá no fundo ou nem tão fundo assim, toda a mulher tem dentro de si aquele que de ousadia e isso não deveria ser nenhuma novidade ou algo de outro mundo, mas é. O desconhecimento é tamanho que até mesmo elas, se espantam ao se darem conta de que há uma chama acesa queimando por dentro.

Por décadas elas foram tolhidas e proibidas de expressar seus sentimentos, foram tachadas de impuras e outros adjetivos. Em algum momento na historia queimaram peças intimas, reivindicaram direitos, assumiram posições, mas não se libertaram por completo. O mundo mudou, os assuntos polêmicos puderam ser debatidos em praça publica e ficou mais fácil para elas ousarem em todos os sentidos. O que antes era tabu, hoje é moda.

Elas perderam a vergonha de abusar das referencias, de falar sobre o próprio corpo e de buscar, tal e qual os homens, o prazer pelo prazer. Acabou-se aquela história de sexo apenas pelo amor. Elas não são obrigadas a se limitar, podar, esconder. As queixas de hoje são as de que elas estão mais abusadas, atiradas e exigentes. A santinha do pau oco largou a suposta santidade e assumiu a liberdade de ser o que é.

Razões e porquês

- Casei!
- Como?
- De vestido branco, véu e grinalda.
- Não, como assim você casou? Quando? Porque só estou sabendo disso agora?
- Porque talvez se lhe contasse antes você tentasse me impedir e aí não estaríamos aqui.
- Não acredito que você tenha feito isso!
- Acredite, eu fiz e gostei!
- Porra! Quer dizer que agora estou na cama com uma mulher casada? E você está me dizendo que isso é algo normal?
- Não estou dizendo nada disso, estou apenas lhe comunicando que casei, só isso.
- Ok, vou pedir a conta!
- Carlos, por favor...
- Claudia, não dá...
- Eu amo o Paulo, mas não vou conseguir viver longe de você. Já estávamos noivos há muito tempo, não fiz as coisas de uma hora para a outra, foi tudo marcado, planejado e eu lhe contei isso desde o inicio, não te escondi nada.
- Saber que havia a intenção é diferente de ver essa intenção concretizada. Eu gosto muito de você para conseguir vê-la casada com aquele lá. Podíamos ser muito felizes juntos sem a necessidade de encontros fortuitos. Podíamos nos casar.
- Você sabe que não daria certo.
- E porque dá certo com o Paulo? O que ele tem de diferente? Ele tem mais dinheiro do que eu é isso, porque na cama sou eu que te satisfaço, pois do contrário você não estaria aqui.
- Falando assim você me magoa. Não casei com o Paulo pelo dinheiro dele e nem estou com você apenas pelo sexo.
- Então é o que? Não sou homem o suficiente para ser seu esposo? Fale! Diga porra! Porque não tenho a merda de vocação para ser segunda opção, não aceito isso!
- E desde quando você foi a primeira? Carlos você soa falso demais fazendo drama, barato demais, idiota ao extremo!
- Agora entendo porque não nos casamos, você é medíocre demais para ser minha esposa. Você só se presta a isso mesmo, a se deitar na cama e gemer. Você e ele se merecem.

A porta do quarto 511 abriu-se com certa violência, Claudia desceu as escadas em prantos e entrou no primeiro táxi que avistou. Carlos pagou a conta do motel, arrumou-se devagar, foi até a garagem, ligou o carro e saiu. Esta foi a ultima vez que ambos foram vistos. Do que se sabe, Claudia vive o seu casamento e Carlos curte a sua solidão. Cada qual com o seu porque, ambos com suas razões.

Por um amor de verdade

Houvesse um amor de mentira, uma falsa alegria, ilusão inventada, hora marcada para ser feliz, desejaria um amor de verdade. Houvessem coisas a serem ditas, escritas, visualizadas, desejaria eu que fossem sinceras. Tivesse a capacidade de mudança, o poder da escolha, a oportunidade da benção, teria a certeza de que existe a possibilidade.

Um amor de verdade não é aquele que sempre sorri e muito menos o que apenas chora. Um amor de verdade não passa na tela, não aparece nos livros e dispensa explicações. Um amor de verdade acontece, é sentido, vivido.

Um fragmento, mero detalhe, figura de linguagem. Para ser de verdade, tem que ter principalmente respeito.

Amor sem fim 2

Eu gosto tanto de você, que chega até me dar um nó. Gastura que não tem tamanho, veneno que só me faz bem. E eu só quero ter você ao meu lado até morrer. Vou viver assim, esse amor sem fim, com você perto de mim.

Refeição do dia

Verdura jiló cocada fria, dona Maria o que é que há? Quero saber quem colocou água no feijão e não preparou o arroz. Gordura manteiga barriga vazia, dona Luzia o que vem depois? Quero saber quem temperou e não salgou a saladinha que eu ia servir lá no outro dia.

Com alegria vamos para a cozinha preparar um bom jantar, com alegria vamos aguçar o paladar de quem chegar e ai daquele que não gostar, pois não vai ter do que reclamar.

Carne mal passada, queijo com goiabada, suculenta feijoada e tudo o que mais couber. Dentro da panela o sabor é garantido e atendendo a pedidos, tudo é permitido desde que não faça mal.

Pare de sufocar o seu amor

Não é pelo fato de ser um casal que vocês se tornam um ser indivisível, inseparável. Vocês continuam sendo dois indivíduos independentes e que por várias razões e motivos resolveram viver uma vida em comum. Não há a necessidade de estarem juntos no café da manhã, no almoço e no jantar, na hora de levantar, na hora de se deitar e a cada minuto do dia. Por maior que seja a saudade e a vontade de estar ao lado de quem se ama, cabe sempre lembrar, que a outra pessoa precisa de espaço e não estou falando de uma cama ou casa maior.

O limite entre o grude e a convivência saudável, por vezes parece tênue, mas é bem nítido e fácil de ser percebido. Muitas das vezes as pessoas esperam que a outra dite esse limite, que diga com todas as letras que a convivência está sufocante demais e só aí tomam alguma atitude a respeito, mesmo que na maioria das vezes a primeira dela seja a de se chatear e negar o apego excessivo.

O gostar compreende também o saber respeitar a individualidade da pessoa que se ama, compreende entender que existem outras coisas além da relação, mas não significa que deve haver abandono. Não tolir, não cercear, é diferente de ignorar. Você não deve prender, mas ao mesmo tempo não deve abandonar. Não seja onipresente, mas esteja lá, participando como você deve fazer, por ser a outra metade do casal.

Responsabilize-se pela tarefa de se fazer entender

É tão fácil, ou melhor dizendo cômodo, mas também poderíamos dizer covarde, delegar a outros a missão de se fazer entender. Esperar que possam encontrar respostas para as perguntas que você não sabe quais são, acreditar que tudo o que acontece tem haver menos com você mesmo e mais com os outros, são algumas das formas de se auto sabotar, de esperar e não agir.

A mente cria vários cenários a todo instante, monta estratégias, pensa em caminhos, atalhos e está pronta para a qualquer momento, entrar em colapso. Esse é o tipo de coisa que acontece com mais frequência do que se imagina, pois em fração de segundos o que era um castelo de sonhos transforma-se em um amontoado de dúvidas. Imagens do subconsciente veem a tona, mensagens codificadas atrapalham os pensamentos e o resultado é a velha crise existencial, onde se começa a questionar toda uma trajetória.

Nada é mais normal do que se questionar, duvidar, ousar achar que está tudo errado, até porque realmente as coisas podem não estar certas. O que não se pode fazer é fugir da responsabilidade de assumir o comando e resolver a questão, por mais difícil que possa parecer. A tarefa de consertar as coisas é única e exclusivamente sua, seja como for, desde que você faça isso, mesmo que com medo.

A construção e o desenvolvimento de todo o processo interno cria alicerces para que exista um suporte sólido e para que a luz no fim do túnel seja encontrada sem maiores sobressaltos, mas para isso é necessário que as crises sejam enfrentadas e não ignoradas.

Cama e mesa

Modernidades a parte, não consigo entender e nem pretendo, essa distinção toda. Em minha humilde concepção da coisa o que serve para a cama deveria servir para a mesa e o contrario também. Diferenciar o que se deita e o que não se deita, é algo que não passa pela minha cabeça, mas que vejo acontecer com frequência.

Não estou sequer cogitando ou levantando a falsa teoria de que um tem o filé e o outro o osso, pois isso não pode ser determinado dessa forma. Ambos têm uma parte do todo e é essa a questão que me intriga, pois penso que o todo não deveria ser dividido.

Qual o sentido de se aproveitar apenas de um momento? Porque não estar presente em todo o processo? Porque e como determinar que o que serve para a mesa, não está apto para servir na cama?

Dificilmente a resposta a estas perguntas vai me convencer e fico com a prerrogativa do poder de livre escolha de ambas as partes. Os que separam uma coisa da outra estão no mesmo patamar dos que se contentam com apenas uma das coisas.

É obvio que existem casos e casos, cada qual com a sua particularidade, mas em geral quando uma pessoa não consegue manter uma constância, precisando sempre de “socorro” e apenas quando lhe é conveniente, seja na mesa ou na cama, alguma coisa está errada.

Cena de cinema

Meu rouxinol deu flor, meu colibri do amor, uma cena que vale a pena e da qual eu não quero me esquecer. O mundo vai mudar, pessoas vão sair, a gente vai ficar, então melhor se divertir do que perder tempo com o que não tem explicação. Razão de ser.

Às vezes pode ser, e é diferente do que deveria ser, porque as coisas não tem um por que. Especialmente agora vamos pensar em mudar, fazer de novo a mesma cena não modifica o final da nossa história.

Decorei o roteiro, encarei o papel principal e em nosso filme a ação será real.

Falta

Que não me faltem forças para lutar. Que não me faltem pernas para correr. Que não me falte coragem para tentar e além de tudo não me falte fé. Que venha a mim tudo o que for meu e o que não for que permaneça, intacto, distante, apenas ao alcance do coração. Tenho muitas razões, sentimentos que transbordam, coisas que guardo no peito e por algum motivo não sei explicar.

Que não me falte voz para gritar. Que não me faltem palavras para escrever. Que não me faltem versos para expressar e acima de tudo não me falte discernimento. Que seja breve o que doer e o que não doer que traga alegria, esperança e dias de sol. Vislumbro novos caminhos, já sigo outros rumos, vou por aí andando devagar sem pressa de chegar, mas com a certeza de encontrar.

Seja interessante

- Isso não vai funcionar com ela.
- Não importa, esse é o meu jeito!

Alguém em algum lugar criou a “receita de bolo da conquista” e determinou que todos deveriam seguir essa receita. Líquidos, secos, forma untada, forno aquecido e pronto. Esqueceram apenas de avisar que cada mulher é única e, portanto, a tal receita só funcionaria se todas fossem industrializadas, com número de série e tudo. Por fora várias cores, sabores e texturas, por dentro a mesma composição, pois só assim poderíamos usar sempre o mesmo método.

Sempre vão existir manuais de autoajuda, técnicas infalíveis e experts na arte da conquista. Você vai receber todo o tipo de conselho falando do melhor momento para o ataque, dos sinais que ela vai dar, dos sinais que você deve dar e do que não deve fazer, jamais, se quiser ter sucesso em sua investida. Nunca falam para você ser original e esquecer toda essa bobagem e mais ainda, sempre dizem que você não obtém êxito porque não segue as “boas” praticas.

O que tenho visto é que quanto menos inventado você for, maior são as suas chances de vitória. Não dá para vestir uma fantasia, uma mascara, ser uma pessoa completamente diferente do que você realmente é, porque isso soa forçado e todos percebem, principalmente ela, o seu alvo. Essa coisa toda de jeitos e trejeitos, modos e manias, é bonita nos livros e nas telas, porque na vida real o que importa é o quanto você consegue ser interessante.

Vai coração

Vai meu coração iluminar essa tristeza, coloca as cartas sobre a mesa e mostra quem manda nessa porra. Você que sempre foi um coração aventureiro agora deu de sofregar diante dessa incerteza. Vê se não esmorece, encara e faz o que aprendeu durante todo esse tempo.

Não vou chorar, nem vou me lamentar, pois sei que o melhor esta por vir. Agora é hora de sorrir, o tempo bom há de surgir e a vida vai continuar.

Vai meu coração iluminar essa tristeza, coloca as cartas sobre a mesa e mostra quem manda nessa porra. Você que sempre foi um coração aventureiro agora deu de sofregar diante dessa incerteza. Esquece a ilusão, esquece o que passou, levanta e segue em frente porque atrás vem gente.

Remédio para gripe

Tem dias em que acordo meio assim de mal comigo mesmo. Um mau humor terrível toma conta de mim e nem no espelho eu consigo olhar, pois corro o risco de querer me bater. Não sei por que isso acontece, só sei que é algo que não me desce, fica preso na garganta e dá uma gastura tremenda. Já experimentei florais, meditação, yoga e um tanto de coisas diferentes, mas com um único objetivo, me livrar desse repentino desejo de não ser eu mesmo.

Já me disseram que podia ser algum trauma do passado, uma insatisfação com algo que só voltando lá trás para descobrir, compreender. Ouvi tantas muitas coisas que hoje já não percorro os mesmos caminhos, me escondo ao lado da cama e espero a noite chegar.

O costume de levar tudo ao pé da letra tem me tomado tempo demais, mas estou aprendendo a confiar menos nos instintos e mais no que está escrito na bula. A tv insiste em passar o mesmo programa, o rádio toca a mesma música e aquilo que não vejo é justamente o que preciso enxergar.

Teorias baratas e remédio para gripe hoje são a minha rotina, meu modo de vida, a maneira que encontrei para não mais pensar em tudo o que me aconteceu no exato instante em que tive a consciência de que preciso apenas ser quem sou.

Faz tempo

Faz tempo eu quero descansar
E ver as coisas por aí
Viver conforme o que vier
Só precisar do que eu tiver

Faz tempo eu quero passear
E estar por conta de viver
Fazer o que quiser de mim
Me libertar da vida

Às vezes saio pra encontrar
Um canto pra gente ficar
Na cidade ou pelo litoral
Um jeito a gente tem que dar
Juntando um no outro
Vai chegar, meu bem
Pro nosso carnaval

E lá vou eu, onda do mar
Doce é viver nos olhos dela
Do tempo eu sei, o tempo é rei
E eu naveguei nos olhos dela

Às vezes saio pra encontrar
Um canto pra gente ficar
Na cidade ou pelo litoral
Um jeito a gente tem que dar
Juntando um no outro
Vai chegar, meu bem
Pro nosso carnaval

Olha, menininha, eu tenho que dizer
Tudo o que eu faço é só por você
Aonde você for
O que você quiser, eu dou

Mas olha, menininha, eu peço por favor
Tudo o que eu faço é pelo seu amor
Cê sabe como é, por baixo desse gel
O que você quiser

Às vezes saio pra encontrar
Um canto pra gente ficar
Na cidade ou pelo litoral
Um jeito a gente tem que dar
Juntando um no outro
Vai chegar, meu bem
Pro nosso carnaval

Marcelo Camelo

O disco do ano

Pegue o chato do Marcelo Camelo, junte com a voz irritante da Malu Magalhães, adicione um baterista português e pronto, você tem o melhor disco do ano. Sim, juntos eles formam a Banda do Mar e fizeram um excelente disco, com canções fantásticas.

Não pense que o Marcelo deixou de ser chato ou que a voz da Malu deixou de ser irritante, pense que eles conseguiram fazer com que você nem se lembre disso ao ouvir todas as músicas do disco que leva o mesmo nome da banda. As canções têm ótimas letras, melodias contagiantes e uma pegada impressionante.

Ouvi muita coisa boa esse ano, coisas distintas e com bastante qualidade, posso incluir na lista de grandes lançamentos o Yes! do Jason Mraz ou o Purabossanova do Sérgio Britto (Esse não é desse ano), mas o disco da Banda do Mar conseguiu me fazer esquecer todo o resto.

O modorrento lado A

Os discos de vinil e as fitas cassete tinham algo em comum, o famoso lado B, que na maioria das vezes abrigava as canções que faziam menos sucesso e, portanto, era o lado que tocava menos. O lado B estava lá à disposição e sempre que se enjoava de ouvir as mesmas canções era só virar o disco ou a fita.

Hoje isso não existe mais, pois as mídias de armazenamento são continuas, não há um lado A e outro B, é tudo uma única coisa. As músicas tocam em sequencia e por vezes, podem soar repetitivas. Isso me remete ao fato de que as pessoas estão seguindo pelo caminho das mídias atuais e não mudam o lado do disco, mantem sempre o mesmo discurso, as mesmas conversas, as mesmas histórias de sempre.

Sei que a comparação não foi das melhores, pois as mídias atuais podem ser apagadas e possuem uma capacidade de armazenamento muito maior do que os discos e fitas de antigamente, mas as pessoas, apesar de também possuírem grande capacidade de armazenamento de novas ideias, histórias e possibilidade de mudança, preferem continuar no mesmo papo de tempos atrás.

Inevitavelmente alguma mulher ou algum homem, vai ouvir a mesma cantada que há tempos atrás foi usada com seus pais, as mesmas perguntas, os mesmos contos e por aí vai.

Penso que deve ser muito difícil mudar o lado, virar o disco, mas acho que as pessoas deveriam tentar, pelo menos de vez em quando. Faz um tremendo bem ouvir um papo diferente, uma história bem contada, uma sutileza. E o melhor é que para isso nem é preciso fazer muito esforço, basta fugir do obvio e evitar tocar sempre o modorrento lado A.