Os discos de vinil e as fitas cassete tinham algo em comum, o famoso lado B, que na maioria das vezes abrigava as canções que faziam menos sucesso e, portanto, era o lado que tocava menos. O lado B estava lá à disposição e sempre que se enjoava de ouvir as mesmas canções era só virar o disco ou a fita.
Hoje isso não existe mais, pois as mídias de armazenamento são continuas, não há um lado A e outro B, é tudo uma única coisa. As músicas tocam em sequencia e por vezes, podem soar repetitivas. Isso me remete ao fato de que as pessoas estão seguindo pelo caminho das mídias atuais e não mudam o lado do disco, mantem sempre o mesmo discurso, as mesmas conversas, as mesmas histórias de sempre.
Sei que a comparação não foi das melhores, pois as mídias atuais podem ser apagadas e possuem uma capacidade de armazenamento muito maior do que os discos e fitas de antigamente, mas as pessoas, apesar de também possuírem grande capacidade de armazenamento de novas ideias, histórias e possibilidade de mudança, preferem continuar no mesmo papo de tempos atrás.
Inevitavelmente alguma mulher ou algum homem, vai ouvir a mesma cantada que há tempos atrás foi usada com seus pais, as mesmas perguntas, os mesmos contos e por aí vai.
Penso que deve ser muito difícil mudar o lado, virar o disco, mas acho que as pessoas deveriam tentar, pelo menos de vez em quando. Faz um tremendo bem ouvir um papo diferente, uma história bem contada, uma sutileza. E o melhor é que para isso nem é preciso fazer muito esforço, basta fugir do obvio e evitar tocar sempre o modorrento lado A.