Toda a euforia, os presentes, as declarações, e porque não, a falsidade, duram apenas um dia, um simples e misero dia. Neste dia o comercio fatura horrores e as redes sociais são inundadas por declarações de amor e pieguismo. Nada contra a data em si e muito menos contra o clima reinante, a minha inquietação é com a duração de tudo isso.
O ser humano, nós, parece que escolhe sempre uma data ou um motivo para fazer as coisas, falta espontaneidade. Nem todos terão a mesma idéia no mesmo dia e ainda mais ao mesmo tempo, mas metade das pessoas que ontem eram puro romantismo poderia ser assim também nos outros dias.
Todos amam a mãe no dia das mães, os namorados no dia dos namorados, os pais no dia dos pais e por aí vai. Casais enamorados não são vistos nos outros 364 dias do ano? As mães deixam de existir depois e antes do segundo domingo de maio?
É claro que não, mas é muito mais “legal” fazer as coisas quando todo mundo está fazendo, é melhor fazer parte do “bando” do que ser um solitário no meio da multidão. Seguindo esta lógica, sempre depois das datas comemorativas é como se nada daquilo que foi divulgado a exaustão no dia anterior fizesse sentido. Até tento entender, mas acho que seria melhor se os momentos fossem uma constante e não passageiros.
Qual mulher ou homem, não gostaria de uma declaração de amor no meio de um dia qualquer, de receber flores sem ser no dia dos namorados ou no do seu aniversário, porque não se pode fazer isso sem que todas as outras pessoas do planeta também tenham que fazer?
Todo dia pode ser um dia especial e esse dia não precisa ser especial para todos, basta que seja para você. Não espere uma data, um momento ou alguém, faça uma surpresa para quem você ama sempre que tiver vontade.