Ontem comprei o cd do nosso cantor favorito, aquele que tem a nossa canção. Você lembra que combinamos de assistir um show dele assim que descobríssemos quem ele era? Aleatoriamente fui à loja, fechei os olhos e escolhi um cd ao acaso e ele agora é o nosso cantor favorito e umas de suas músicas, que nunca ouvi, é a nossa canção.
Não tive vontade ou coragem de saber o nome do cd que comprei e nem do cantor do mesmo, pedi à vendedora que o embrulhasse para presente em uma linda embalagem e presenteei a primeira pessoa que vi passando pela rua. Dei o cd do nosso cantor favorito, com a nossa canção, a um desconhecido.
E pensar que também éramos desconhecidos, nunca fomos um casal e sim duas pessoas que pensavam estar vivendo algo de verdade. Brincávamos de fingir que tínhamos algo sério e nos amávamos tal e qual pensávamos estar em Londres em uma manhã de inverno.
As juras que não fizemos, os beijos que nunca demos, tudo parecia real para mim e de certa forma era, pois eu estava vivendo tudo aquilo, mesmo que sem você. Posso dizer que não tivemos um fim, pois não começamos nada. Nunca tivemos coragem o suficiente para transformar o sonho em realidade.
Eu me deixei iludir na esperança vã de acordar e ver você ao meu lado e você, talvez ainda esteja à procura de alguém que seja o que você sempre sonhou, coisa que eu nunca fui e nem terei a chance de ser.