No corpo as dores da desilusão.
Blusa branca solta no corpo, feita de 100% cotton, trazia no peito imagens de corações em um grafismo estilo Andy Warhol. Totalmente anos setenta. Nos olhos lápis Calvin Klein Jet Black, sombra Helena Rubinstein Wanted Eyes nº 40 e delineador Dior Backstage.
Brincos discretos, pequenas pérolas, colar dourado e pingente em formato de lua com cristais. No braço esquerdo um Swatch e uma pulseira prateada. Calça diesel com detalhes em metal nos bolsos e na parte da frente, logo abaixo da cintura, simulando uma espécie de cinto permanente. Sandália Louboutin com salto 15 e tornozeleira no pé direito.
Diferente no trajar, mas igual a tantas outras mulheres, ela trazia flores em sua mão direita. Um buquê de lírios amarelos envolto em papel crepom com laço de fita como adorno.
O cartão preso ao laço continha frases escritas sob forte carga emocional por alguém que um dia amou sem medida e foi feliz à custa desse amor.
Amor de pele, de alma e coração. Amor sincero, calmo e sereno. Amor incondicional pela vida, suas belezas e seus encantos. Ah esse amor incessante...
Caminhando lentamente ela depositou as flores no primeiro jardim que avistou, sorriu e seguiu. Sem explicação alguma ela só quis abandonar aquelas flores e aquele amor em algum lugar longe de tudo que a lembrava dos melhores momentos de sua vida.