Migalhas de afeto distribuídas por aí nem aos pombos tem serventia, aos seres humanos muito menos, mas existem aqueles que se alimentam de migalhas.
A falta de amor próprio, a solidão, a esperança e a desilusão fazem com que estas pessoas busquem em algo ou alguém um alento para os seus dias de frio. Elas não pedem muito, sabem que vão receber pouco e se contentam às vezes com nada.
O que estas pessoas não veem é que quanto mais elas se dão, quanto mais elas se ofertam desesperadamente como quem tem sede no deserto, mais elas são relegadas a própria sorte, mais sofrem com o descaso. Elas se permitem ao abuso psicológico, muitas vezes também o físico, porque acham que assim se fazem merecedoras daquilo que recebem, mesmo que só recebam restos.
Estas pessoas precisam redescobrir o prazer de não precisarem depender do afeto de ninguém para serem felizes.