Filho da puta nenhum vem me perguntar se estou bem, se ainda não morri ou, pelo menos, me dar um misero bom dia. As relações de cordialidade hoje em dia foram para a puta que pariu e ai daquele que reclamar, é o primeiro a ser espinafrado. Os tempos são outros, mas eu sou a mesma e não estou nem aí para toda essa mudança, quero as coisas como elas eram e deveriam continuar a ser.
Valor e atenção se dão a quem merece e não a quem se quer, porque em geral quando você é muito solicita com alguém essa pessoa acha que pode usar, abusar e pisar. Respeito? Consideração? Para que, você já está lá de pernas abertas mesmo. É por essas e outras que esse lance de dar no primeiro encontro tem que ser sem culpa e nem expectativa. Todas nós sabemos que eles não ligam no dia seguinte, não mandam flores e nem se importam se gostamos ou não. Eles gozaram e fim, foi bom para eles e acabou.
Aprendi desde muito cedo que temos de ser independentes e não depender de homem, seja chefe, pai, marido ou irmão. Alguns prestam e não concordo com as recalcadas que teimam em dizer que todos são farinha do mesmo saco. Os que prestam são justamente aqueles para quem não damos atenção e isso não tem haver com beleza ou conta bancária, não damos atenção porque em geral lhes falta algo mais. Mais tempero, mais ousadia e aptidão para a coisa. Temos nossa parcela de culpa no processo, mas sinto que eles acabam sendo bons demais e tudo o que é “perfeito” cansa. Uma estrada sem curvas dá sono.
Exigências temos aos montes, hormônios em ebulição idem, e por isso mesmo, não dá para viver a monotonia de uma vida feita de regras. A idade chega, a tecnologia avança e somos menos afetadas pelo tempo, mas tudo tem um preço e pagamos muito caro, para sair com o primeiro que se acha merecedor só porque pagou a conta do jantar ou tem um carro com ar condicionado.
Sim, estou solteira e não tenho problemas com isso. Os outros, aqueles que vivem de acordo com as normas de conduta da novela das oito, acham que eu já deveria estar casada e com pelo menos dois filhos. Um casal eles diriam. A merda eu os mando porque da minha vida eu que sei e decido quando e quantos filhos vou ter, se é que vou ter. Não nasci para casar e seguir todas aquelas formalidades de uma família margarina. Gosto mesmo é de estar junto independente de papel assinado ou aliança no dedo, o compromisso é com o bem querer e não com o que os outros vão pensar. Eles é que se explodam e eu que seja feliz do meu jeito, porque filho da puta nenhum vem me perguntar se estou bem...