Parem as máquinas, se é que elas ainda funcionam, e repensem o mundo. Desfaçam as camas, desocupem os imóveis e aceitem a realidade como ela é. As pessoas precisam ter direito a não existir, elas precisam não ser criticadas por serem quem são. O nada, mesmo não sendo coisa alguma, não pode ser reprimido.
Metade dos que estão lendo este texto agora vão se identificar com o pleito e levantar do leito, não para irem as ruas, mas apenas para irem ao banheiro. Essa metade não está preocupada com os acontecimentos, não quer saber e muito menos fazer parte deles. Essa metade de seres que se dizem humanos, só quer o direito de não existir. O direito de não precisar se importar com o que acontece a sua volta.
Todos deveriam ter o direito de exercer essa vontade, deixando assim, para aqueles que querem, a tarefa de mover as engrenagens.