Pensei muito antes de começar a escrever, pensei em todas as coisas que queria dizer, naquelas que era necessário ocultar e no que realmente eu estava querendo por no papel ou na tela do computador. O que deveria aparecer? O meu verdadeiro eu, com todas as suas imperfeições ou um eu que não existe?
Antes de colocar os dedos no teclado e digitar as letras que formam as palavras, que formam as frases, que formam este texto, demorei um bom tempo perdendo o medo de não parecer sincero o suficiente. Eu não queria simplesmente frases soltas e sem sentido, eu não queria um texto qualquer, eu queria algo que fosse exatamente um reflexo dos meus sentimentos.
Aí sai um “a”, depois vem um “b” e o alfabeto se descortina, mas não faz sentido. Apago tudo e começo de outro jeito, digito um “z” e o alfabeto agora sai ao contrario. Não adianta, as palavras não vem e quando vem não se encaixam, o texto não sai. A inspiração é a tela em branco e a necessidade de ter algo para compartilhar, mas tem que ser algo escrito por mim e não um texto, ainda que bom, de outro escritor ou compositor.
O tempo passa, o cérebro congela e só o que consigo é a agonia de não ter o que dizer, não ter o que escrever. O ultimo sopro de esperança se esvai e sei que posso continuar por horas que nada vai fazer com que um texto se materialize. Não vou insistir, melhor descansar e deixar que a mente produza em sonhos, o que acordada ela não conseguiu.