Daqui até a eternidade é muito tempo, mas sim, eu vou lhe amar até lá. Independente das circunstancias e dos fatos, continuarei a ter você em meu coração. É isso que desejo e é isso que farei. O poeta já antevia os destinos traçados desde a maternidade, eu não chego a tanto. Nascemos, crescemos, vivemos e um dia desses nos encontramos, foi isso. Não teve nada haver com os astros, com algum tipo de conspiração cósmica e qualquer outra coisa. Eu acredito em encontros de alma, em planos escritos no livro da vida, mas conosco não foi assim.
Estava eu, distraído, como de costume, olhando o nada e cantarolando aquela canção do Cazuza quando você subiu as escadas. Apressada, com vários livros embaixo do braço e os cabelos totalmente desarrumados. Passou por mim, deu-me um vigoroso empurrão, falou uma meia dúzia de palavrões e seguiu. Nosso primeiro encontro não foi igual ao dos filmes, mas foi marcante.
Lembro como se fosse hoje que depois daquele dia fiquei me perguntando para onde você estava indo. Acabei descobrindo, mas isso não vem ao caso.
Por termos amigos em comum consegui o seu telefone, lhe convidei para dançar e começamos a namorar. Não sou nenhum galã de novelas, mas com meus olhos amendoados conquistei seu coração, nada demais quando penso no dia em que terminamos para sempre.
Estava frio, você agasalhada embaixo das cobertas me olhou diferente e percebi que aquele era o momento. Conversamos por horas e com lagrimas caindo pelo rosto vi você sair pela mesma porta que havia entrado há três anos. Desde aquele dia não consigo mais ouvir a nossa canção e talvez eu tenha realmente exagerado ao ter me jogado aos seus pés.