Bate lá no fundo do peito, em ritmo lento e constante um pequeno coração. Habita as profundezas do ser um órgão combalido pelo tempo, cansado dos sobressaltos e recorrentes arroubos que a vida lhe proporcionou. O sopro forte do vento gela o corpo. As horas passam mais rápido, o tempo fica restrito a duração da música lenta. Ainda há muito que se aprender sobre os grandes poderes que dominam o subconsciente.
Toda aquela calma vai se esvaindo por entre os dedos, como areia e os sorrisos ficam mais raros, menos espontâneos. Não há tristeza, não há beleza, o que se contempla não pode ser mensurado, o que se pensa não pode ser dito. Os olhos enxergam aquilo que o cérebro quer ver. As imagens, ora embaçadas, ora nítidas, escondem frases incompletas que nunca serão ditas.
E é apenas o sopro forte do vento que ainda gela o corpo. O vento forte mantém a mente intacta, releva o que não pode ser perdoado e mais do que isso, dá a direção a ser seguida por todos os que ainda desejam navegar no mar da vida.