O primeiro estágio era passar por Adélia. Feito isso tudo estaria resolvido e solucionado em minha vida. O problema era ignorar Adélia, uma mulata criada a leite Ninho e Neston.
O transito não parava para Adélia passar, ele simplesmente deixava de existir. E sim, eu não estou sendo exagerado. E sim, ela é realmente tudo isso e um pouco mais.
Adélia trabalhava em uma repartição publica desde que se formou com dezoito anos em microbiologia. Ela sempre foi boa com formulas e equações complicadas, mas nunca teve saco para aturar o tal “mercado” e por opção mais cômoda, resolveu o seu dilema profissional com um concurso desses da folha dirigida e era feliz depois das três da tarde.
Tive a sorte de dar de cara com Adélia no dia em que precisei de um documento, um desses que não se usa para nada, mas que sempre te pedem quando você vai fazer alguma coisa. Mais uma certidão de que você se deu ao trabalho de enfrentar filas e pegar senha em algum órgão publico. O documento, depois de pronto, me teve nenhuma serventia, mas Adélia, essa sim me ajudou e muito...