Três maços antes de dormir e dois depois de partir, ele sentiu que era tarde demais para reconsiderar a perda. Ela já estava longe.
O ônibus que a levou para Ibapanema no interior do estado era o mesmo que o estava levando para dentro de si e de suas emoções. Três maços antes e dois depois, ele não seria mais o mesmo homem que a viu partir sem nada fazer.
Motivos a parte, as relações sempre tem seu prazo de validade e podemos ou não, continuar com elas mesmo que estejam vencidas. O mal que ela nos faz é proporcional a importância que damos a mesma e a toda a carga de sentimentos que depositamos na esperança de salvarmos o que não tem mais conserto.
Podemos não desistir, mas igualmente podemos não ter mais forças para lutar e isso no fim acaba nos sendo uma desistência. Bater eternamente na parede não nos dá garantias de que ela um dia vai ceder.
Quando a realidade bate a nossa porta desistir pode não ser a melhor escolha, mas insistir também não. Por quanto tempo conseguiremos nos iludir de que nada aconteceu e continua como antes? Por quanto tempo seremos ignorados?
A melhor escolha é sempre aquela que fazemos com os pés no chão e conscientes do que ela representa para a continuidade do todo em que vivemos. A melhor escolha não é a desistência e nem a entrega cega, a melhor escolha é saber a hora exata de se fazer o movimento certo.
Post dedicado a Ariela Venâncio