Morreu depois de cinco semanas em coma profundo. Não teve tempo de ver o ultimo por do sol no arpoador, morreu sem mate gelado e biscoito globo. Foi um grande homem e agora é um pesado defunto.
Cinco semanas antes estava com os amigos bebendo no Bracarense, bebeu dois chopes e saiu sem pagar, os amigos cobriram felizes o seu prejuízo. Correu pelo calçadão, tomou banho de mar, conversou com iemanjá e com Alice foi se deitar. Viveu a plenitude enquanto deu e quando se foi só deixou saudades, amores e amigos.
Bom sujeito daqueles saudados quando chegava no bar, camarada daqueles que sempre tinha uma mão estendida, fiel daqueles que nunca fugiam de uma situação ruim, assim ele foi durante o tempo em que pode conviver no meio dos mortais. De certo não foi ao céu e nem ao inferno, ele nunca acreditou na existência de dois mundos paralelos, sempre teve em mente que o que começa termina e pronto, sem prorrogação.