quinta-feira, janeiro 21, 2016

Carolina 3

carolina 3

E foi Carolina quem inventou a pólvora e foi ela também que correu mais rápido o possível enquanto nada acontecia. Foi Carolina quem tudo fez mesmo não tendo feito nada. Ganhou a fama sem deitar na cama e nem costas largas tinha. Acusada injustamente justamente porque não tinha nada a perder e acabou perdendo.

Carolina pensou muito antes de subir as escadas, depois desceu pelos degraus equilibrando-se no corrimão, gritando a plenos pulmões e tecendo loas aos deuses da alegria sem motivo algum. Abraçou o porteiro, dançou com o vendedor da loja da esquina, comprou sorvete e foi-se embora por ai.

Faminta comeu tudo o que achou na geladeira. Viu repetidamente o mesmo filme umas cinco vezes e acabou a noite deitada no sofá com a mesma roupa que saiu de casa. Dormiu para acordar de um sonho e nem viu o tempo passar, quando se deu conta já era abril e o carnaval já tinha terminado.

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quarta-feira, janeiro 20, 2016

Carla 3

carla 3

Safada. Bandida. Cachorra. Sórdida. Ordinária.

Carla nunca se importou com as convenções, com a sociedade, com os nomes, com os sobrenomes e com todo o resto. Ela nunca precisou de nada além do seu corpo para conseguir o que quis. Casas, carros, homens, mulheres e dinheiro.

Por vezes comparada a uma prostituta, por outras vezes comparada a uma qualquer, mas sempre em cima do salto, sempre com o nariz lá em cima. Nunca tímida ou medrosa. Carla era mulher o suficiente para fazer as coisas como elas deviam ser feitas, para usar seu corpo em beneficio próprio e não se sentir culpada.

Ela não nasceu em berço de ouro, não teve as famosas oportunidades, mas correu atrás. Deus lhe deu peitos e bundas, com eles ela subiu os degraus da vida e devagar chegou lá. Deu para os influentes, despertou a ira de suas esposas, também dormiu com algumas delas e por fim montou o seu império.

Hoje Carla recruta mulheres esnobes dos bairros nobres para servirem de alimento dos peões, dos trabalhadores menos favorecidos e de todos aqueles que não podem pagar por uma mulher que gasta metade do que ganha em roupas e a outra metade em produtos de beleza. Ela não faz caridade, apenas ajuda essas mulheres a conhecerem o outro lado da história, o lado que não sai na capa das revistas.

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Camila 3

camila 3

Um poema em forma de canção. Uma mulher esculpida pelo mais preciso artesão. Camila.

Frases desconexas e uma mente confusa. Eu vi Camila. Aí fiquei assim.

Quem não quer Camila? Quem não a conhece, pois quem a conhece não esquece.

Ela não seduz. Ela reluz. Ela não precisa de adornos, ela é única. Camila sabe como marcar de forma permanente a vida daqueles que um dia a tem nos braços.

Infelizmente ela não marcou minha vida, mas quem sabe um dia a gente não se esbarra e a história muda.

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Bruna 3

bruna 3

Faz tempo que não sai para ver o sol, o luar, as pessoas lá fora e o mundo a sua volta. Faz tempo que não se olha no espelho ou liga a Tv para espairecer. Faz tempo que não faz nada e ao mesmo tempo pensa que faz tudo. Não se levanta da cama, não se alimenta, não esquenta com nada e não imagina o quanto isso é ruim.

Bruna sempre parou o transito, sempre teve um brilho contagiante no olhar, fez o que muitas sonharam e por fim desistiu de tudo por um amor impossível. Foi maltratada, humilhada e jogada ao relento, mas não deixou de amar um só minuto sequer. Ele nunca a respeitou como mulher, como ser humano. Nunca foi homem o suficiente para lhe ser integro, honesto e verdadeiro. Em sua omissão deixou que ela definhasse, perdesse o viço e fosse apenas uma sombra do que sempre foi.

O amor não a matou, o que a destruiu foi a obsessão em ser mulher de um homem só, daquele homem, o que nunca a quis de verdade, o que sempre a teve como mais uma. E ela foi somente mais uma na vida dele e por fim em sua própria vida, que terminou sem que ela se desse conta.

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Bianca 3

bianca 3

- Por favor, não me chame de Bia, meu nome é Bianca! Apelidos, nomes fofos e outras idiotices do gênero são totalmente dispensáveis. Detesto ser chamada por nomes que não correspondem e nada tem haver com o nome que meus pais me deram. Bonecas não tem nome, podem ser chamadas do que quiserem, mas eu não sou uma boneca, sou uma mulher.
- Uma linda mulher.
- Que se cuida! Não fico dentro de casa vendo novela enquanto a vida passa lá fora. Trabalho o dia inteiro, mas encontro tempo para a academia, para os estudos e para os cuidados com a beleza. Unhas, cabelos e outras coisas não aparecem prontas de uma hora para outra, se eu não perdesse algumas horas no salão você dormiria ao lado de uma coisa qualquer.
- Ok não vamos falar sobre essas coisas meu amor.
- Você pode me chamar de Bianca ou isso é muito difícil para você?
- Ok Bianca, mas isso soa muito impessoal.
- Meu nome não é impessoal, é o meu nome.
- Chocolate?
- Está sugerindo algo?
- Não por quê?
- Porque os homens sempre sugerem que só porque não somos risonhas e fáceis como nos filmes devemos estar de TPM e por isso precisamos de chocolate. Vocês homens são tediosos e realmente todos iguais. Não conseguem distinguir uma mulher de um pedaço de carne. Já te disse que não sou uma mercadoria ou alguém que precisa de chocolates para se acalmar.
- Hoje você está impossível, não digo mais nada.
- Melhor assim, calado você já está errado.

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Barbara 3

barbara 3

Come devagar em cinco passos distintos. Passa por cima de qualquer coisa como fosse fluida, mas não é nada mais do que uma simples mulher insegura e indefesa. Come devagar em cinco tediosos passos. Surta com frequência e está sempre perdida em pensamentos que não traduzem a realidade da coisa. É mulher e é Barbara.

O que expressa a sua individualidade é o modo como ela consegue falar dois idiomas ao mesmo tempo em uma única frase. Mulher de poucos defeitos e muitas qualidades. Mulher de muitos acertos e poucos erros. Foi moldada em colégio de freiras, educada na rua, professora das artes que se fazem sem roupa, mas que nunca deixou que lhe tocassem o corpo sem o devido pagamento. Um beijo, um jantar ou dinheiro.

Puta? Santa? Anjo? Nada disso a pertence, nada disso a qualifica ou traduz, ela é apenas uma mulher independente como tantas outras que faz o que quer, quando quer e com quem quiser.

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Amanda 3

amanda 3

Passou por cima de tudo e de todos, riu na cara da sociedade e não se fez de santa ou de rogada, mandou todos a merda e pronto. Fácil não foi, mas para Amanda nada na vida veio de mão beijada, tudo foi conquistado à custa de muito suor. Nasceu como todo mundo, cresceu em um ambiente saudável, mas sempre correu mais do que todos para chegar aonde chegou. Estudou noites a fio até conseguir o primeiro êxito. Frequentou a academia por anos até conseguir o corpo com que sempre sonhou. Abdicou de noitadas para não perder o foco. Parou de beber, de fumar e de cheirar. Deixou de ser tolerante com tudo e passou a ignorar o que sempre lhe incomodou.

Juíza federal senhora Amanda Amaral Almeida Freitas, esposa do senador Paulo Henrique de Oliveira Freitas, mãe de dois filhos e mulher infiel.

Quando o caso veio à tona e sua vida pareceu desmoronar ela lembrou-se do passado, dos percalços e do longo caminho que percorreu até chegar aonde chegou e foi aí, neste momento, que com um único tiro mandou todos a merda e pronto.

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Aline 3

aline 3

Ex-amores, ex-primaveras, ex-verões, pois não existem ex-invernos, invernos são presença constante em nossa vida. O frio pode ser interior, exterior, mas está ali. Aline não era inverno, primavera ou verão, ela era outono, um outono calmo e tranquilo. Ela passeava por todas as estações e se detinha no outono, quando perdia suas folhas e renovava suas esperanças de um novo amanhecer.

Aline tinha sonhos impossíveis, desejos possíveis e verdades incontestáveis. Sorria com vontade, amava com intensidade e dividia sua felicidade entre a sala de estar e o quatro de hospedes. Dançava as nove com o rapaz das onze, namorava o senhor das sete, vivia em eterna luta contra seus medos e sempre vencia depois de quase desistir.

Seria fácil se não fosse tão difícil olhar a vida pela janela do hospital. Seria belo se não fosse o inverno que nunca a deixava em paz, que nunca ia embora. E o frio machucava tanto que já era pior do que a dor, pior do que a certeza de que em breve ela não veria mais a luz do sol e de outono passaria a ser passado. De presente passaria a ser memoria.

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Adriana 3

adriana 3

Passou dois dias trancada em casa e só saiu de lá para dizer boa tarde ao porteiro e voltar, era um ritual. Pontualmente as duas ela descia os cinquenta e tantos degraus que a separavam da portaria e ia lá embaixo dar boa tarde ao porteiro. Mania, cisma, superstição, mas ela tinha de ir, por que quando não ia sofria. Às vezes ficava angustiada, às vezes chorava baixinho, mas na maior parte das vezes maldizia tudo e todos que a impediram de dar o sagrado boa tarde ao porteiro. Era só isso que ela precisava fazer todos os dias religiosamente.

Os dias em que ficou em casa serviram para que ela pensasse, lesse dois volumes inteiros de guerra dos tronos e ainda terminasse a temporada do seu seriado favorito. Comeu horrores nestes dois dias, chorou um bocado com a novela das oito que começa as dez e riu muito das piadas sem graça de um canal famoso do youtube. A única coisa que ela não fez e agradeceu por não ter feito, foi ligar para ele, o ex.

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Base sólida

base solida

- Um pouco de cola resolve o problema.
- Muita cola você quis dizer.
- Não, eu quis dizer apenas um pouco, bem pouco, de cola.
- A sua noção de quantidade é péssima. Nunca que o pouco de cola que você quer usar vai conseguir consertar o estrago que foi feito.
- Sim, justamente isso, não é para consertar.
- Não? Então é para que?
- Apenas para dar sustentação e manter enquanto as coisas se ajeitam por si só. Querer resolver tudo com subterfúgios, iludindo-se com aquilo que não se mantém por muito tempo é ignorar os fatos e passar por cima do que aconteceu. Quando há o esforço para fazer as coisas darem certo, as chances de elas darem certo de fato são maiores do que quando mascaramos o problema.

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Importante

importante

Nem tudo o que parece é e nem tudo o que é parece. O importante não é ter ou ser, o importante é estar. Estar de bem com a vida, estar em paz com seus sentimentos, estar em dia com suas obrigações e com tudo aquilo de mais caro que a vida tem a oferecer. Importante é olhar para frente, andar sem medo, comprar barato e não desistir de sonhar, pois o sonho alimenta as esperanças proporcionando a mudança.

O combustível da alma são as aspirações. O combustível do corpo é a inspiração. O motor aquece quando vislumbramos além do que os olhos podem ver e começamos a caminhar em direção aquilo que nos impulsiona a ir mais longe. Transpiração com muita respiração e vontade de fazer acontecer.

O que parece não é como se imagina e muito menos como se determina, é como construímos, como criamos, como inventamos e no momento em que tem que ser. Quem diz o que pode ser ou o que será são nossas atitudes diante das adversidades, diante do inesperado, do oculto.

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