terça-feira, março 31, 2015

Quieto

quieto

Estava quieto por aqui quando você apareceu e iluminou meu coração de novo. Estava quieto por aqui quando choveu, o sol se foi, escureceu. Estava quieto por aqui quando o brilho do seu olhar, brilhou na minha vida e eu não quero mais parar, de sonhar com você, de viver para lembrar, dos momentos tão bons que a gente viveu.

Estava quieto por aqui e agora não estou mais. Que coisa boa. A alegria de te reencontrar me faz tão bem, então vem, não espera mais, preciso que você me tire a paz.

Então vem, me faz um bem, terrível, como só você faz.

Estava quieto por aqui, mas eu preciso tanto, do seu carinho, do teu amor.

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Noites insones 2

noites insones 2

Tem dias que acordo pensando em você e é nesses dias que quero te ver. Tem noites que passo acordado buscando alguma maneira de não enlouquecer. São nesses dias que o peito fica apertado e o coração parece que da boca vai saltar. Nesses momentos que são puro sentimento, é tanta agonia que penso que o mundo vai parar.

É melhor eu não pensar, se pensar eu vou chorar. É melhor eu não chorar, se chorar não vou continuar. A coisa esquentou e a gente ficou de pernas pro ar sem nem acreditar no que estava a acontecer.

Imagem do post: Tumblr / Gostosa

Dependente de você

dependente de voce

Você me faz sorrir e gosto muito disso. Você me faz feliz e isso é muito bom. Hoje eu só queria agradecer, por você existir, e estar em minha vida de uma forma especial.

Eu queria todo dia ser dependente de você, viver da sua alegria, viver do seu prazer. Eu queria todo dia acordar ao seu lado, ser seu eterno namorado e estar junto com você. Não importa o que aconteça, eu só preciso de você.

Será que você está pensando naquela cara que pensa em você ou será que você está pensando naquele que não quer te ver. Você faz tudo diferente, do que deveria fazer. Será que também sente ou é indiferente.

Não consigo esquecer nossos momentos de sentir, de alegria e de amor.

Estou sonhando tanto que eu não sei dizer o quanto.

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segunda-feira, março 30, 2015

Saldo positivo

saldo positivo

Ela tem tatuagens, muitas, eu só tenho cicatrizes, uma. Ela é sincera, já disse por diversas vezes, a quem quis ouvir, que nunca gostou de dias nublados. Eu sou romântico, menos do que gostaria, mas mando mensagens de bom dia decoradas com corações. Ela não se corrige, mesmo não sendo incorrigível, ela apenas é o que é e pronto. Eu já sou previsível em excesso, chego a enjoar de mim com tremenda facilidade, preciso começar a almoçar em restaurantes diferentes.

Nós somos um par, um casal, uma dupla, namorados, amigos, amantes, apaixonados. Somos dois assim como também poderíamos ser apenas um. Ela não me complementa porque ela sou eu e eu não posso complementar a mim mesmo, por isso, nos bastamos, indivisíveis, sem tirar e muito menos por. Quem vê um já percebe o outro e quando não percebe, pressente que está faltando algo.

Ela é o café, eu sou o leite. Ela é o arroz, eu sou o feijão. Ela é a caçamba, eu sou a corda. Ela sou eu e eu sou ela. O colchão e o lençol, a fronha e o travesseiro, o liquido e o copo.

Taças de cristal, mesa posta, um jantar para dois, nós dois. Ela e suas tatuagens, sua sinceridade, suas incorreções. Eu e minhas cicatrizes, meu romantismo e minha previsibilidade. Café, leite, arroz, feijão, caçamba, corda. Colchão, lençol, fronha, travesseiro, liquido, copo. A conta corrente da nossa paixão, eu e ela, ela e eu.

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domingo, março 29, 2015

A impotência do amor

a impotencia do amor

A impotência do amor tem muita coisa haver com a potencia que empregamos nos inicios, nas tentativas, nos começos. A medida de força usada quando ainda não temos as garantias contratuais, consome nossas energias vitais deixando-nos com menos ímpeto após a chegada a lua. Há os que encontram motivação no despertar de todas as manhãs, os que criam um mundo imaginário, uma novela pessoal, para se auto motivarem e há os que apelam para outras conquistas, novos começos.

Gastamos tempo, dinheiro e folego no cortejo, nas mensagens por celular, nos e-mails, nos telefonemas, com flores, restaurantes, cinema e toda a sorte de coisas que fazem parte do inicio de um relacionamento. Esquecemos de poupar, nem nos lembramos que nada dura para sempre, pois só conseguimos pensar no troféu que está lá, após a linha de chegada. Quando inúteis, nossos esforços nos proporcionam experiência, mas está, na maior parte dos casos, não é suficiente para que deixemos de nos doar cem por cento à largada.

O resultado de tanta dedicação logo de inicio é que não nos sobra vontade para o restante da relação e aí tudo cai no marasmo, o comodismo se instala e as flores são substituídas por panelas, o cinema pelo Supercine, o restaurante pelo Delivery e um dia a impotência fica insuportável e o fim é inevitável. O remédio para a impotência do amor, o “Viagra” da falta de tesão em um relacionamento, é a parcimônia. Saber dosar o tanto que se gasta antes é importante para que sobre desejo para o depois.

As flores devem aumentar de quantidade com o tempo, não há a necessidade de milhões de buques quando ainda nem se sabe o nome da pretendente. As joias não precisam ser entregues apenas em momentos especiais, mas tão pouco devem ser entregues a qualquer momento. As investidas iniciais podem ser calmas, tranquilas, sem pressa, o que não se deve fazer é acreditar cegamente na velha história de viver sem limites como se a vida fosse acabar no minuto seguinte, porque ela não acaba e sua continuidade exige muito mais do que se possa imaginar.

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sábado, março 28, 2015

O amanhã

o amanha

Deixa a vida nos falar que tem que ser assim, deixa o tempo nos lembrar que nada pode ser tão ruim. Deixa o barco correr, o rio seguir o seu curso e tudo mudar de lugar. Afinal é bem real o que existe entre nós, seu sorriso em meu olhar e seu olhar em meus lençóis. A mentira da verdade é que ela é feita de ilusão, assim como o que não vemos, mas sabemos que existe. O sentir é tão intenso e em algum momento, vai deixar de existir.

Deixa a vida nos dizer que nada tem que ser assim, deixa o tempo nos lembrar que também devemos esquecer. Um novo amor surgirá quando for hora de não desistir, basta não resistir. Suas mãos juntas as minhas podem coisas que nem sei, nossos corpos separados não tem sentido algum e o que nos resta é agradecer. É preciso ser, para saber ter e poder merecer.

Na incerteza do amanhã o hoje é o que virá pela porta da frente sem ter hora para entrar. E quando amanhecer pode ser tarde, o melhor a se fazer é não adormecer. Não me olhe como quem não me vê.

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Nada e ninguém pode separar

nada e ninguem pode separar

Não consigo deixar de pensar em você, faz tanto tempo que a gente não se vê. Bateu saudade das nossas conversas, dos nossos abraços, dos nossos amassos, do nosso carinho.

Não consigo deixar de pensar em alguém, que durante muito tempo me fez muito bem e ainda, foi tudo para mim. Por mais que eu não queira aceitar, a vida que nos separou será a mesma que vai nos juntar.

O destino nos uniu e ninguém vai nos separar, porque quando é para ser não dá para mudar. Só eu e você aqui neste mesmo lugar, porque o que o destino uniu nada pode separar.

Falei para você e para quem quis ouvir. O que o destino uniu ninguém pode separar.

Não quero nem saber o que vai acontecer ou o que os outros vão pensar. O que o destino uniu nada pode separar.

Gosto tanto de você que já não sei o que pensar. O que o destino uniu ninguém pode separar.

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sexta-feira, março 27, 2015

Só o futuro dirá

so o futuro dira

Enquanto chove lá fora aqui dentro faz muito calor. E se faz frio lá fora, o sol aqui brilha. Embaixo do cobertor, só eu e você, juntos fazendo o que sabemos fazer de melhor.

Enquanto chove lá fora a gente se esquenta aqui dentro, protegidos do calor e do vento. Entendemos que o momento é para ser vivido e por isso vive como tem que ser.

Hoje é dia de viver, amanhã tudo pode acontecer e só quem sabe o que o futuro dirá, é ele mesmo então precisamos recomeçar. E brincar de fazer tudo o que quisermos, independente do que possam pensar, porque somos o que quisermos ser.

Imagem do post: Tumblr / Her-per-fection

Eu vou continuar

eu vou continuar

Você bem que podia me ligar, ao menos para dizer olá. Você bem podia me falar, tudo o que quer me contar. Podia até pensar em mim um pouco quanto eu penso em você. Podia até ser diferente, mas só você sabe o que sente. Não quero pressionar e nem vou te impressionar, sempre serei o mesmo, fazendo tudo do meu jeito.

Já perdi as contas do tempo que perdi, agora quero apenas viver o que ainda não vivi. Pode dar certo ou não, mas isso só o futuro dirá, por enquanto pretendo e preciso continuar.

Independente de você, eu vou continuar.

A distancia que nos une

a distancia que nos une

Os quilômetros que separavam o seu corpo do meu, a sua boca da minha, eram os mesmos que nos mantinham ainda mais unidos, ainda mais conectados, ligados e em sintonia. A distancia não nos impedia de nos vermos todos os dias, de trocarmos carinhos, de sabermos um do outro, de entendermos o que estava a nossa volta. Para nós, a distancia, nunca nos atrapalhou, pelo contrario, só nos ajudou a nos gostarmos cada vez mais.

Hoje por forças das circunstancias, pela mão do destino ou até por conta dos desatinos desta vida, estamos ao lado a lado. Podemos nos ver, nos tocar, nos falar, mas é diferente. Parece que estamos tão distantes, tão indiferentes. Perdemos o prazer que tínhamos, deixamos de lado nossos sonhos, nossas alegrias, nosso dia a dia. Fomos engolidos pela certeza de que por estarmos tão próximos, seremos um e na verdade, deixamos de ser cumplices.

Estar longe nunca foi estar ausente. Não estar fisicamente lado a lado sempre foi um detalhe, algo que compensávamos com a certeza de que o mais importante sempre foi o que sentíamos. A parte física, que muitos se vangloriavam por ter, sabíamos não ser garantia de coisa nenhuma. Enquanto longe um do outro, nossas confidencias nos aproximavam, fazendo com que você fosse mais minha do que nunca foi e eu mais seu do que nunca fui.

E é com pesar que vejo, hoje, cada vez mais você se afastar, cada vez mais nos esquecermos de nós e de tudo o que vivemos. É com profunda tristeza que reconheço que sucumbimos ao fato de estarmos a um abraço de distancia, mas mesmo assim parecermos estar em mundos diferentes.

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quinta-feira, março 26, 2015

Concessões

concessões

Eu me concedo o direito de não mais fazer nenhuma concessão a respeito do que sinto em relação aos meus mais profundos sentimentos. Concedendo-me esse direito, tomo para mim a prerrogativa de não mais chorar a cada despedida, e só nesse ultimo ano, foram várias, sendo mais preciso, trinta. Abandonamo-nos por trinta vezes, por trinta motivos distintos, por trinta dias, dez em cada mês, e tudo por conta das inúmeras concessões feitas.

Posso contar nos dedos às vezes em que você disse que me amava, mas perdi a conta das vezes em que me odiou e proferiu frases que não consigo repetir. Mais uma vez as tais concessões nos levaram a isso, nos colocaram nesse labirinto sem saída e o resultado é que nunca nos encontramos, nunca nos validamos enquanto um par. Fomos sempre a agua e o óleo, lutando para união que não tinha condições de acontecer.

A ultima vez que pedi um especial, sem picles e molho, fui atendido com prontidão e presteza, não precisei fazer concessões, não precisei ceder. Com você nunca fui atendido, sempre precisei ignorar a regra, passar por cima do meu querer e conceder a você, o direito de exercer a sua vontade. Isso não foi o suficiente para o todo, foi pouco demais para o muito que precisávamos enquanto brincávamos de vida feliz.

quarta-feira, março 25, 2015

Ervas finas

ervas finas

Sem sal liguei o depurador a toa, não havia nada a depurar. Sem sal percebi que a vida boa passa logo igual garoa e o melhor é não esquentar. Igual a pedaço de sabão que dissolve quando molha, fica mole com o tempo e endurece ao relento.

Assim aconteceu com o que construímos de melhor, ou que pelo menos, achávamos ser o melhor. Quebramos os ovos para fazer a omelete, mas nos esquecemos do sal, do tempero, da coisa do sabor que transforma o insosso em algo que preste. As tais ervas finas nunca estiveram presentes, nos esquecemos do toque mágico, daquilo que dá vida ao todo.

Achamos que só a vontade de permanecer seria mais do que suficiente para sustentar todo o resto. Descuidamos dos complementos, não nos ativemos ao que seria necessário e com isso fomos, aos poucos, deixando ir embora a centelha que mantinha a chama acesa.

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terça-feira, março 24, 2015

Aperto

aperto

Um aperto de mão sucedido pela vontade do abraço, pelo desejo do toque, pelo mais, pelo querer sem medida. Um aperto de mão do tamanho do universo, com a intensidade de uma paixão nunca iniciada.

O que não sangra coagula por dentro como uma ferida que não cicatriza, que se mantém e vai além da compreensão. O que se sente permanece no peito, não se desfaz com o tempo e em é levado pelo vento. O que se sente cala fundo, consome as palavras, elimina os versos e comprime toda a poesia de uma declaração em um longo soluço.

Sem chão, sem perdão, sem o essencial, sem o poder de morrer e não mais padecer do que não se pode pertencer.

quinta-feira, março 19, 2015

Outros tons

outros tons

Cinco pedaços de pano, três metros de fita e lá se vão as chances de impressionar. E eu estava lá, vi tudo com esses olhos que a terra há um dia de consumir. O raça desgranada que só pensa em copiar tudo o que vê por aí. A mulher viu o filme e cismou que tinha de repetir tudo e só não andou de helicóptero porque a situação não permite. Na conjuntura atual, gastar uma grana para fazer passeio de helicóptero apenas para imitar cena de filme, está fora de cogitação.

Compramos os panos, as fitas, conseguimos algemas de brinquedo, um cabo de vassoura e algumas correntes que pegamos das coleiras dos cachorros. Iluminamos o quarto com algumas velas, arrumamos uns lençóis e partimos para a ação. Com ela deitada na cama comecei a jogar gelo, mas aí ela reclamou que estava frio. Peguei a vela para aquecer o ambiente e coloquei fogo na cortina, a sorte que consegui apagar antes de um incêndio.

Findo os procedimentos pirotécnicos passamos para a fase da amarração e dei um nó tão forte prendendo os punhos dela a cabeceira da cama, que quando ela reclamou que estava apertado demais, tive que cortar tudo com a tesoura. Desistimos das fitas, dos panos e sendo bem prudentes, também das correntes. Ficamos com o cabo de vassoura e as algemas de brinquedo.

Olhei para ela, ela olhou para mim, demos uma risada meio sem graça e concluímos que não havia nada a ser feito com aquele cabo de vassoura e nem com as algemas do Playmobil. Deitamos, fizemos o sexo convencional de sempre e deixamos de lado essa história de tons disso, tons daquilo.

quarta-feira, março 18, 2015

Shirley e Claudete

shirley e claudete

- Shirley! Shirley! Cola e depois descola, mas não inventa para não arrebentar!
- Não precisa gritar, não sou surda e muito menos burra. Vou colar, descolar e não vai arrebentar, sou malandra de Irajá.
- Irajá, sei, e lá é terra de malandro desde quando?
- Antes mim eu não sei.
- Para de caô e se liga no serviço que o patrão depois esculacha a gente.

O batente até o sol poente foi intenso, muito intenso. Shirley e Claudete ralaram como nunca naquele dia quente de janeiro e ele não foi o ultimo, pois todos os seguintes exigiram demais das duas funcionárias mais aplicadas da fabrica.

- Shirley! Shirley! Gelada no Clébson depois?
- Não precisa gritar, não sou surda. Hoje não dá que o Walber fez um macarrão com salsicha e está me esperando.
- Vai largar a moela do Clébson para comer macarrão com salsicha?
- O que é que tem?
- Macarrão você come todo dia, qualquer hora, a moela do Clébson não.
- Minha filha, Walber na cozinha e ainda lavando a louça, não acontece todo dia e nem qualquer hora.

Shirley era amigada com o Walber, Claudete saía com o José e ambas eram felizes assim. Walber porteiro no Leblon, José atendente na Glória. Walber fazia o tipo cospe grosso, machão ciumento e controlador, não deixava a Shirley em paz. José fazia a linha pacato, não reclamava muito, não pegava no pé, mas estava sempre presente as quartas, sextas e sábados.

- Shirley! Shirley! Prepara que vou casar!
- Não precisa gritar, não sou surda. Parabéns Mulher!
- Parabéns nada, pode ir comprando vestido bonito que você vai ser madrinha.
- Eu, madrinha?
- Sim, você, madrinha.
- Manda o Clébson caprichar na moela que vamos comemorar.
- E como vamos!

terça-feira, março 17, 2015

Eu não sou o único

eu sei que nao sou o unico

Você e eu fizemos um voto
Para o melhor ou para o pior
Não acredito que você me decepcionou
Mas a prova está à caminho, isso dóI
Durante meses na extremidade eu tive minhas dúvidas
Negando todas as lágrimas
Queria que isso já tivesse acabado
Mas sei que ainda preciso de você aqui

Você diz que sou louco
Porque acha que não sei o que fez
Mas quando você me chama de "bebê"
Eu sei que não sou o único

Você tem sido tão infiel
Agora, infelizmente, eu sei por que
Seu coração é inalcançável
Apesar de, só Deus sabe, você ter o meu

Você diz que sou louco
Porque acha que não sei o que fez
Mas quando você me chama de "bebê"
Eu sei que não sou o único

Eu te amei por muitos anos
Talvez eu apenas não seja o suficiente
Você me fez viver meu medo mais profundo
Mentindo e nos destruindo

Você diz que sou louco
Porque acha que não sei o que fez
Mas quando você me chama de "bebê"
Eu sei que não sou o único

Você diz que sou louco
Porque acha que não sei o que fez
Mas quando você me chama de "bebê"
Eu sei que não sou o único

Eu sei que não sou o único
Eu sei que não sou o único

E eu sei, e eu sei, e eu sei
E eu sei, e eu sei, e eu sei
Eu sei que não sou o único

I’m not the only one – Sam Smith

domingo, março 15, 2015

Le Creuset em promoção

le creuset em promocao

Na semana passada algumas pessoas foram às janelas de seus apartamentos de posse de suas panelas da marca Le Creuset e fizeram um movimento que foi chamado de “panelaço”. Vários “especialistas” classificaram o ato como um movimento de uma elite desocupada que só queria exibir suas caras panelas na janela, uma vez que não foi vista nenhuma panela da Tramontina ou da Rochedo, mesmo essas não sendo panelas tão baratas assim.

Hoje, assistimos a maior promoção de panelas já vista na história desse país, pois um milhão de paulistas, os criadores do tal “panelaço”, foram às ruas com suas Le Creuset, protestar de forma pacifica. Impressionante o amor dos paulistanos a esta marca francesa de panelas e por isso mesmo, números como o de hoje, devem ser vistos com atenção pelo pessoal de marketing das empresas e pelos supostos formadores de opinião.

Não é sempre que vemos um milhão de panelas caras, como as da marca Le Creuset, nas ruas. Alguns dizem que as mesmas estão sendo usadas para o preparo de coxinhas, o famoso salgadinho de frango que faz parte das festas e está no cardápio de vários bares. Preparando ou não coxinhas, as panelas são assunto na mídia e nas redes sociais. O New York Times fez uma matéria na França, conversando com os responsáveis pela marca e estes se mostraram surpresos com o sucesso da panela no Brasil. O The Sun disse que para um país em crise e com tantos escândalos sendo descobertos, impressionava o numero de consumidores de uma panela tão cara.

Os comerciantes, principalmente os paulistas, já se preparam para reforçar os estoques, pois estimam um aumento na procura pelos principais modelos já na próxima segunda feira. Em algumas lojas de shoppings, que estão abertas hoje, já não há mais panelas para a venda e as poucas que ainda restam estão sendo muito disputadas. Por aqui sigo com as minhas sem marca mesmo, porque elas não gostam dos holofotes e eu não faço coxinha.

sábado, março 14, 2015

Mala e cuia

mala e cuia

Meus panos de bunda, meus guardados, meus achados e um monte de outras coisas, peguei tudo, juntei em uma caixa, guardei em uma mala, baú, repositório de velharias e fui, mala e cuia por aí, para a sua casa. Invadi o seu espaço, me instalei. Apossei-me do sofá, da cômoda, da estante, do piso, do espaço disponível, do que restou e de tudo aquilo que você relutou em me ceder, mas cedeu, menos o seu coração.

O que eu podia e até o que eu não podia, eu peguei, resgatei, roubei. Fiz a tal da limpa por dentro e por fora, sem deixar sobrar vestígios, mas mesmo assim, fiquei de fora do espaço principal, seu coração. O que já estava reservado passou a ser meu, o que já estava ocupado eu desocupei, menos o seu coração, pois esse, por mais que eu quisesse, tentasse e fosse persistente, não tinha jeito de penetrar.

Por direito é daquele que conquistar e eu não conquistei. Quis ser mais esperto, o fodão da parada, mas as coisas não funcionam assim e me dei mal, literalmente. O chegar chegando falhou e sem muita delicadeza fui posto para fora. Como quem não quer nada e ainda assim, quer muito, ainda fui lá novamente, tentei a sorte, mas é isso, já deu e eu não fiquei, saí.

O tal do momento mágico, em que os fogos espocam no céu, não aconteceu e nem vai acontecer, porque é isso, é a realidade. Onde chove e a agua em abundancia faz poças, não floresce, pelo excesso, pela ousadia em demasia e é ai que eu me encontro, na tentativa vã de ser o que nunca serei.

terça-feira, março 10, 2015

Sexo com amor 2

sexo com amor 2

Dezenove horas e vinte e sete minutos, ele nunca se atrasou. Não que seja pontual, pois nem sei se é, mas as terças feiras, faça chuva ou faça sol, às dezenove horas e vinte e sete minutos ele sempre entra no salão e eu já sei que serei a escolhida. A Juliana é loira como eu, a Janaina é ruiva, a Mônica tem olhos castanhos, a Rita uma bunda de causar inveja em qualquer mulher, mas ele sempre procura por mim. Por vezes me pego a pensar se tinha ou tenho algo de tão especial assim para me destacar, mas vejo que sou uma mulher comum, não faço nada para ser ou parecer melhor do que as outras, ele é que deve mesmo ter se encantado por algo em mim que ainda não sei o que é.

Hoje ele não quis falar muito, foi logo tirando a roupa, deitou e ficou me olhando. Eu fiz como sempre, dancei a “nossa” música, tirei peça por peça e fiquei ali, nua na frente dele esperando por algum sinal. Ele estava estranho, estava diferente, ele apenas ficou ali me olhando sem nenhuma reação.

Não transamos, não fizemos amor, sexo ou qualquer coisa parecida, não fizemos nada além de ficarmos deitados olhando para o teto. Ele pagou por duas horas, duas horas em que ficamos deitados sem dizer uma palavra, olhando o teto. Ele e eu nus. Por mais estranho que possa parecer e era estranho, comecei a achar de certa forma aquela situação como um exercício valido, uma forma de conexão diferente, sem necessidade do contato, da ação e da reação. Nossos corpos não se tocaram, mas nossas mentes se encontraram.

Ao fim do período ele se vestiu, beijou-me a testa com carinho, saiu e nunca mais voltou.

Vê-lo pela ultima vez e não sentir o seu toque, não provar do seu gosto, não vivenciar o gozo, foi como se tivesse entrado no mar e não me molhado. Nunca disse a ele o quanto o amava, o quanto esperava todas as terças por ele, nunca tive coragem de pedir-lhe colo, de dizer-lhe que precisava daqueles momentos para esquecer a dureza da vida. Com todos os outros sempre foi por trabalho, com ele sempre foi por amor, desde a primeira vez.

Imagem do post: Google

segunda-feira, março 09, 2015

Ain’t no sunshine - Isa Lima

A belíssima voz da Isa Lima em um interpretação magistral.


Não há brilho do sol

nao ha brilho do sol

O sol não brilha quando ela vai embora
Não faz calor quando ela está longe
O sol não brilha quando ela vai embora
E ela sempre demora tanto para voltar
Cada vez que ela se vai

Me pergunto para onde ela foi desta vez
Me pergunto se ela se foi para sempre
O sol não brilha quando ela vai embora
E essa casa não é um lar
Cada vez que ela se vai

E eu sei, eu sei, eu sei, eu sei

É, eu devia deixar a garota em paz
Mas o sol não brilha quando ela vai embora
O sol não brilha quando ela vai embora
Só há escuridão todos os dias
O sol não brilha quando ela vai embora
E essa casa não é um lar
Cada vez que ela se vai

Bill Withers – Ain’t no sunshine

Eu sou sambista

eu sou sambista

Uma das virtudes do sambista é ter alma de artista, vou batucando o ano inteiro de janeiro a janeiro. E vou sambando por aí fazendo o meu povo mais feliz, conquistando a mais bonita aos quarenta e cinco do segundo tempo. Não tem lamento.

O samba é o que vem de dentro do peito, sambista de corpo e coração. Quem samba coloca mais cor na vida, transformando a arte do som em sedução. Eu sou sambista e sou artista, eu sou poeta e sou cantor, sou batuqueiro e sou parceiro, eu faço samba com amor.

Meu samba não tem cor, não tem lugar, só emoção. O samba que eu canto e faço, em qualquer lugar é para alegrar, porque uma das virtudes do sambista é não sair na capa da revista. Só precisamos de atitude e não de foto colorida. Eu sou sambista.

domingo, março 08, 2015

Feliz dia de quem 2

feliz dia de quem 2

- Arrumadeira, passadeira, lavadeira, mãe, esposa, amante, puta, santa e não sei mais o que.
- Também não é para tanto melodrama assim.
- Melodrama? Você até parece que não faz nada disso.
- Faço, mas não vou ficar chorando pitangas, pois foi essa a vida que escolhi.
- Eu não escolhi nada, caiu no meu colo. Tivessem me dito que era tudo isso, tinha vindo homem que é mais fácil. Homem levanta, sai para trabalhar, volta e acha que fez muito. Mulher levanta, faz o café do patrão, arruma os filhos para o colégio, leva os filhos no colégio, vai trabalhar, pega os filhos no colégio, chega em casa cansada, dá banho nas crianças, arruma a casa, faz o jantar, lava a louça, põe as crianças para dormir, fica cheirosa, transa com o marido e dorme para fazer tudo igual no dia seguinte, com exceção da transa com o marido, porque ele não dá conta todo dia.
- Você está aumentando demais, porque o Igor te ajuda a fazer as coisas.
- Sim, ele ajuda. Coloca o prato sujo na pia, leva o lixo para fora, sobe com as compras do mercado, sai de casa no final de semana para beber com os amigos e deixa a casa livre para eu limpar, enfim, ajuda demais.
- Não dá para dialogar com você. O Paulo faz tudo lá em casa. Lava a louça, arruma a cama, não bagunça demais e ainda cozinha de vez em quando.
- Agora vai vir com essa de homem perfeito e casamento ideal. Independente do que ele faz, é você que se rala toda, portanto não vem com essa de defender os homens e diminuir o nosso esforço.
- Não sabia que você era tão feminista.
- E eu que você era tão machista.
- Eu sou mulher minha filha, mulher, apenas isso.

sábado, março 07, 2015

Amor com sexo 2

amor com sexo

Começamos uma guerra de opiniões contrarias, argumentos inconsistentes e muita excitação. Nós dois ali, conhecendo o mundo, a vida, nos descobrindo de verdade e tudo aquilo acontecendo, o caos se instaurando em nossas vidas. A viagem, aquela viagem, que tinha tudo para ser a de nossos sonhos, tornou o tormento de nossa existência. Nada fazia você mudar de ideia, nada me tirava da cabeça os pensamentos imprecisos. Foi preciso dar um tempo, nos abandonarmos, para que pudéssemos voltar a ser o que éramos, mas nunca voltamos.

Dezessete de março de mil novecentos e noventa e dois, você ainda tinha o sonho da grande entrevista e eu era apenas o cara da fotografia. Dezenove de março de mil novecentos e noventa e três, você não havia ainda conseguido a grande entrevista e eu continuava a ser o cara da fotografia. Vinte e três de março de mil novecentos e noventa e quatro, você era a editora chefe do jornal, mesmo sem a grande entrevista e eu, não era mais o cara da fotografia, você me demitiu alegando corte de despesas. Impressionante como a conta estoura sempre no pessoal da fotografia. Parece que qualquer um pode tirar uma boa foto de um acontecimento ou cobrir um evento com uma Kodak qualquer e um fotografo a menos, não faz a menor diferença.

Compartilhávamos coisas em comum. A grande editora chefe e o agora fotografo de casamentos e festas infantis gostavam das mesmas coisas e uma delas era viajar. Você visitou alguns estados, eu visitei outros e dessas visitas nasceram assuntos, temas, que debatemos por longas noites ao telefone e nas rodadas de Chopp com os amigos em comum. Você não era mais a chefe e eu não era mais o empregado, éramos um homem e uma mulher, com desejos, que afloravam cada vez que nos víamos ou nos falávamos. Daí para descobrirmos que tínhamos que ficar juntos foi um pulo, ou melhor, um salto e alugamos um apartamento em Copacabana.

Da janela eu tirava fotos do calçadão entre uma mãe chata e seu filho pequeno e um casal de noivos indecisos. Você chegava tarde do jornal, as coisas não estavam boas, mas mesmo assim planejávamos aquela viagem, que seria a viagem. Compramos mochilas, roupas confortáveis, fizemos um belo estoque, tínhamos mapas, roteiros e o que nos faltava aconteceu.

Demitida do jornal nada mais nos prendia e seguimos nosso sonho. Começamos pela América do Sul, passamos pela Europa e estávamos na Ásia quando a guerra começou. Eu jurava que era amor e tinha de ser assim, mas você insistia que era apenas tesão. Como explicar que depois de tudo não tínhamos mais desejo um pelo outro? Nos meus pensamentos o amor superava tudo, inclusive o sexo ou a falta dele. Nos seus pensamentos o sexo não poderia deixar de existir, mesmo com muito amor.

sexta-feira, março 06, 2015

Apenas uma flor

apenas uma flor

Ela me deu flores e eu chorei, eu gostei. Eu nunca havia ganhado flores e eu gostei, eu chorei.

Quando elas chegaram até me espantei, não esperava receber algo tão singelo e de tamanha beleza. Ela sempre me surpreende com suas atitudes inesperadas, conseguindo fazer com que eu me apaixone mais a cada dia.

Flores têm a simplicidade, a beleza da natureza e o perfume que se espalha no ar.

Poderia ser um lindo buque com arranjo espetacular ou um vaso enfeitado com laço de fita, mas era apenas e tão somente uma linda rosa, uma flor tão única quanto o meu amor por ela.

Flores agradam aqueles que sabem apreciar o encanto e conseguem entender que o sentir é mais importante do que o ter.

Ela me deu flores e eu chorei, eu gostei. Eu nunca havia ganhado flores e eu gostei, eu chorei.

E por ela eu faria muito mais, correria atrás da mais rara flor, de altíssimo valor. Mas eu sei que não precisamos disso, o nosso querer vale mais do que aquilo que possamos comprar e é por isso que uma simples flor significa tanto para nós.

Ela me deu flores...

quinta-feira, março 05, 2015

Compromisso certo

compromisso certo

O único compromisso que tenho com alguém, é comigo mesmo. Não tenho compromisso com o papa, com a “presidenta”, com o guarda ou qualquer outra pessoa. Respondo por meus atos, por minhas ações e nada mais. Tenho o compromisso de me respeitar, de não me agredir ou de ir contra meus princípios.

Compromisso certo é fazer o que quero, a hora em que quero, sem ter que me explicar ou teorizar. Sair de cabeça erguida, entrar sem ter medo em qualquer lugar, não fazer o que está fora do meu alcance e muito menos, ser o que nunca fui e nem serei.

Não espere por aquele ser perfeito, pelo cara “mais especial do universo”, pois não tenho a mínima pretensão de ousar sonhar em agradar a quem quer que seja. Vivo a minha vida e mantenho inalterado o meu compromisso com aquilo que acredito.

Jamais vou pedir para que alguém seja como eu sou, pense como eu penso ou faça o que eu faço e não porque queira ser exclusivo, mas porque sou compromissado demais para ser imitado.

E se você não existisse

e se voce não existisse

E se você não existisse
Diga-me por que eu existiria?
Pra vagar num mundo sem você
Sem esperança e sem lembranças

E se você não existisse
Eu teria que inventar o amor
Como um pintor que vê sob seus dedos
Nascerem as cores de um dia
E que não voltam mais

E se você não existisse
Diga-me por quem eu existiria?
Estranhas adormecidas em meus braços
Que eu não amaria jamais

E se você não existisse
Eu seria somente um ponto a mais
Neste mundo que vem e que vai
Eu me sentiria perdido
Eu precisaria de você

E se você não existisse
Diga-me como eu existiria?
Eu poderia fingir ser eu
Mas eu não seria verdadeiro

E se você não existisse
Eu creio que eu não teria encontrado
O segredo da vida, o porque
Simplesmente para te criar
E por te olhar

Pierre Delanoé & Claude Lemesle – Et Si Tu N’existais Pas

quarta-feira, março 04, 2015

A coisa certa

a coisa certa

Gosto do seu riso frouxo, desse seu jeito de moleca, dessa sua cara de levada mesmo quando sabe que não fez arte. Gosto de tanta coisa em você que nem tenho como elencar, mas sei que você não é perfeita e nem é isso que quero que seja. Desde que você seja você mesma, com essa leveza e esse brilho, o resto se arranja.

O certo seria ter me encantado logo de cara pela sua beleza, mas por algum motivo, a sua beleza me chamou a atenção, mas não disparou o gatilho. Depois de algum conhecimento, um pouco de birra, mais da sua parte do que da minha, e vários debates sobre o nada, o pavio se acendeu.

Não sei o momento exato, mas quando me vi já não conseguia pensar em outra coisa que não fosse você. Meus dias foram tomados por uma enxurrada de imagens e em todas elas você estava presente. O que me faltava apareceu, e o que lhe completava também, pois foi isso que aconteceu quando finalmente decidimos fazer a coisa certa.

Hoje me pergunto por que demoramos tanto para nos conhecer e a resposta é sempre a mesma: O tempo em que as coisas acontecem ou devem acontecer, é diferente do tempo em que queremos que elas aconteçam.

terça-feira, março 03, 2015

Quinta feira, sua linda

quinta feira sua linda

Começa a semana com a “odiada” segunda feira. Todo mundo de ressaca do final de semana, querendo dormir até mais tarde e vem à segunda feira. Começa o Fantástico e tem inicio a depressão, a segunda vem aí, sem dó e nem piedade. Não adianta reclamar, adiantar o relógio, atrasar o cronometro, a segunda é implacável.

A sexta feira, a queridinha da semana, acaba sendo como aquele doce delicioso que a gente deixa para o final. Depois de quatro longos dias vem ela, a rainha da semana, a nos brindar com o inicio de um esplendoroso final de semana. É o dia em que chegamos mais tarde em casa sem medo porque não precisamos acordar cedo na manhã seguinte. É o dia em que os almoços mais demorados acontecem, em que a hora pode passar devagar que nem ligamos, é o dia em que nos esquecemos de tudo e só pensamos no happy hour do final de expediente.

Só que antes da sexta e depois da segunda, temos a terça, o dia café com leite da semana, o dia em que nada acontece. Terça feira é o dia neutro, aquele que não fede e nem cheira. Não tem nada de interessante, mas também não tem nada que o desabone.

Aí vem a quarta feira, o dia do futebol. Seja com os amigos do trabalho, com os vizinhos do condomínio ou sentado no sofá da sala. A quarta feira estava a um passo de se transformar no dia ignorável da semana, mas foi salva pelo futebol e só por isso, porque também é um dia neutro na agenda.

Agora, se existe um dia injustiçado em toda essa história semanal, esse dia é a segunda feira. Bem ou mal, a segunda é o primeiro dia da semana, o que dá o pontapé inicial em todo o processo, é o dia em que as pessoas começam na academia, fazem dieta, planos de um futuro melhor, enfim, é o dia dos começos, mesmo que alguns deles não sigam adiante. Sem a segunda feira, as promessas de ano novo não teriam sentido algum.

O dia que realmente pode ser considerado como o dia “inútil” da semana, o dia que poderia não existir, é a quinta feira, essa linda. Na quinta feira nada acontece. Não tem futebol, não tem começo, é apenas a véspera de sexta e consegue demorar tanto a passar, que o relógio parece uma tartaruga. A quinta feira é o dia modorrento, o dia que não representa coisa nenhuma. Eu nunca vi alguém comemorar a chegada da quinta feira.

Já vi pessoas dizendo: “Poxa, essa segunda foi fogo, mas amanhã é terça!” ou “Quarta tem aquele jogão no estádio, vamos?” e por aí vai, mas ninguém tece loas para a quinta feira. Ninguém começa uma tarefa na quinta, porque depois vem a sexta e vai ficar tudo parado por causa do almoço mais longo ou do happy hour tão esperado.

A quinta feira é isso, um dia vazio e sortudo, porque a culpa vai toda para a segunda feira, que não tem nada haver com isso, mas paga o pato e ganha a fama sem ter culpa no cartório.

segunda-feira, março 02, 2015

Medo de ser feliz

medo de ser feliz

- Mais vinho senhor?
- Não, ela não vem.
- Quer que eu peça um táxi?
- Não precisa, obrigado, mas vou caminhar um pouco, está uma noite linda lá fora, um pouco de ar vai me fazer bem.

O restaurante ficava a quatro quadras de hotel, e realmente a noite estava diferente, com uma lua cheia iluminando os prédios, as ruas e todos os que aproveitavam para admirar as estrelas. Ele não estava triste ou chateado por ela não ter aparecido, pelo contrario, estava leve, sereno e tranquilo. Ele há conheceu no escritório, quando ela foi buscar orientação sobre um processo que não se resolvia e estava a cargo de um famoso escritório.

- Desencana, ele está lá, te esperando, veio só para te ver, se dê uma chance.
- Não estou segura, acho que não é o momento.
- Nunca será o momento se você não se permitir.
- É que está tudo acontecendo rápido demais, eu não queria me machucar de novo.

O medo faz parte, mas não deve ser integrante do processo. Ela sabia disso, até mais do que deveria, mas não tinha como evitar temer se magoar mais uma vez. Seus últimos relacionamentos não tinham dado certo, ela se sentia um patinho feio e se escondia de si mesma e de todos. Eles se conheceram quando ela foi buscar orientação sobre um processo que não se resolvia e estava a cargo de um famoso escritório.

- Liguei ontem, hoje e talvez ligue amanhã, caso possa e queira, retorne.

O recado, o décimo, deixado na caixa de mensagens dela, era a única coisa que ele conseguia fazer para tentar compreender o que aconteceu aquela noite. Havia um sentimento que ele não tinha como explicar e ao mesmo tempo em que procurava focar em outras coisas, não conseguia deixar de pensar no sorriso daquela que tocou seu coração desde a primeira vez em que se viram.

- Mais de dez recados na caixa de mensagens e não vou ouvir nenhum deles, não vou alimentar algo que sei que não vai dar certo.

O peito apertado, o coração batendo mais forte e todas as sensações incríveis de uma paixão. Ela podia reconhecer os sintomas e compreendia que precisava se libertar do receio de uma nova relação mal sucedida. A decisão, que deveria ser fácil, não era, mas ela fez a escolha e resolveu que era a hora de ser feliz.

- Oi, ainda está de pé aquele convite para jantar?

domingo, março 01, 2015

Esteja aqui para me amar

esteja aqui para me amar

Seus olhos procuram conclusão em toda a minha confusão
Embora eu e você saibamos que é apenas o brilho quente do vinho
Que faz você se sentir assim, mas eu não me importo
Eu quero que você fique
Apenas me abrace e me diga que estará aqui para me amar hoje

Crianças estão dançando, os jogadores estão apostando tudo que tem
A janela está acusando a porta de abusar da parede
Mas quem se importa com o que os vigias noturnos dizem?
O palco foi armado para a peça
Então, apenas me abrace e me diga que estará aqui para me amar hoje

A lua veio e se foi, mas poucas estrelas ficam no céu
O vento está livre, mas não cabe a mim perguntar por quê
Mas os poetas estão exigindo o pagamento deles
E eles me deixaram sem nada para dizer
Exceto me abrace e me diga que estará aqui para me amar hoje
Então, abrace-me e me diga que estará aqui hoje para me amar

Townes Van Zandt – Be Here To Love Me

 

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