Não imaginaram aquilo como nada especial, seria apenas mais um encontro casual como todos os outros que aconteceram ao longo de anos e anos de convivência. Mais um simples encontro entre duas pessoas, que iam conversar, beber, dar risadas e falar da vida.
Ambos se atrasaram, se desencontraram e quando se acharam ainda estavam perdidos. O papo foi como esperado, tranqüilo e sem maiores revelações e segredos, eles fizeram da mesma maneira de sempre. Os anos se passaram, mas eles não perderam o viço e o jeito da coisa, ainda eram os mesmos de antes. Ele com seu jeito tolo de ser, por vezes idiota demais ou inocente em excesso.
Ela com seus olhos amendoados, seu riso incontido e a extrema capacidade de estar em vários lugares ao mesmo tempo. Ele sempre odiou isso com todas as suas forças, pois sabia que a conexão estava se perdendo. Eles estavam ali, mas era como se não estivessem, como se um deles não quisesse estar ali.
Como sempre suspeitaram, mas nunca acreditaram, a conexão se foi. Ambos agora estavam caminhando em direções opostas. Ela preferiu a facilidade de se voltar contra tudo o que sempre pregou, se mostrou o oposto do que sempre tentou ser e fez valer a máxima de que não se muda a essência de um ser humano.
Ele perdeu um pouco o viço e também a coragem, passou a se isolar mais e procurar refugio em seu mundo particular. A conexão que os mantinha suspensos e com a qual trocavam energias, não seria mais estabelecida. Ela preferiu assim e ele apenas concordou que nada poderia ser feito.
A ultima punhalada foi dada sem que ambos percebessem. A morte foi anunciada no exato momento em que eles resolveram mais uma vez se encontrar, se encontrar para se despedir.
terça-feira, outubro 11, 2011
A última punhalada

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