terça-feira, janeiro 03, 2012

Virada de índio

virada de indio

Cada um escolhe a melhor forma de fazer as coisas e as faz como acha que devem ser feitas, portanto quem sou eu para criticar as pessoas que resolveram passar a virada do ano em Copacabana. Não tenho esse direito e, portanto não vou fazer isso, vou simplesmente dizer o porquê eu não tenho a mínima vontade de passar a virada do ano na praia e em especial em Copacabana.

Nada contra o evento em si, mas não me vejo no meio de mais de dois milhões de pessoas com areia por todo o corpo, cansado, com fome e com sede, apenas para ver a queima de fogos ao vivo e a cores.

Para chegar a Copacabana no dia 31 qualquer pessoa enfrenta uma via crucis. Existem os que preferem chegar mais cedo e conseqüentemente ficar mais tempo na praia a espera do momento fatídico. Existem os que gostam de chegar faltando poucos minutos para meia noite e esses, quando conseguem chegar perto da praia, o fazem bem depois da meia noite.

Os que chegam mais cedo levam suas comidas e bebidas, que invariavelmente acabam tão rápido quanto à disposição deles. Os ambulantes lucram horrores com esse pessoal, pois ninguém agüenta mais de doze horas sem comer e beber.

Além dos mais de dois milhões de pessoas, números desse ano, você ainda divide espaço com velas, flores, lixo e oferendas para iemanjá. Algumas barracas de camping, isopor dos ambulantes e garrafas e latas de toda espécie.

A meia noite metade da multidão está bêbada e a outra metade se perguntando como fazer para voltar para casa. Os bêbados saem agarrando quem passa pela frente, arrumando alguma confusão e ficando por ali mesmo na areia. Os que tentam a volta para casa se preparam para encarar os ônibus lotados ou os preços extorsivos dos táxis.

Uma viagem de poucos quilômetros pode custar o preço de uma viagem para outro estado. A prefeitura até tenta coibir esse “abuso”, mas a quantidade de fiscais é insuficiente para o número de táxis querendo lucrar em cima dos incautos.

O metro até funciona, mas você tem que ter disposição para passar um tempo dentro de uma lata de sardinhas, isso quando conseguir entrar na estação, umas duas horas depois de ter chegado à mesma.

Você sai de Copacabana a uma da manhã e chega em casa destruído as três ou mais tarde ainda. Felizmente você pode dizer para todo mundo que vivenciou o maior reveillon do mundo, mas vai pensar duas vezes antes de se decidir por voltar no ano seguinte.

Para mim é muito estresse por apenas alguns minutos de beleza nos céus.

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