quinta-feira, janeiro 23, 2014

Vênus de Milo

megann

As mulheres não nascem em pedestais, mas algumas são postas em um assim que são descobertas por um desavisado apaixonado, desses que deixa de enxergar todo o mundo a sua volta e só tem olhos para o seu objeto de consumo, a sua Vênus de Milo.

Elas não pedem por isso e até chegam a se espantar com tanta idolatria e devoção, mas não dá para colocar na cabeça daquele pobre homem que ela é um ser humano como outro qualquer, apenas uma mulher de carne e osso e não uma deusa mitológica. Ele não consegue parar de exaltar as tantas qualidades que ela tem, seus inúmeros dotes e sua beleza sem igual.

O amor cria toda a aura adoração daquele homem por aquela mulher e é por isso que no começo dos romances vemos com mais freqüência as declarações, os depoimentos e as comparações. O universo perde em magnitude, as maravilhas da natureza perdem em encanto, nada a supera em beleza e tudo a seu lado torna-se insignificante.

O perigo disso tudo é que se cria um ser inatingível, que com o tempo passa a ser quase que intocável e apenas objeto de admiração e não um ser real, uma mulher com defeitos e qualidades. O homem perde a noção e passa a viver em torno de uma criação de sua mente supostamente apaixonada e a mulher, se não tiver discernimento, passa a se portar e a exigir tudo o que ela pensa merecer por aquilo que ele diz que ela é.

As expectativas são elevadas a níveis estratosféricos, a relação não suporta e um dos dois percebe que toda a magnitude, encanto e beleza, não resistem a realidade.

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