terça-feira, dezembro 18, 2012

M de Manuela

m de manuela

Martirizou tanto a coisa da punição que até esqueceu que ainda era cedo demais para abrir as janelas. Comemorou tanto o que não aconteceu que até pensou que ainda fosse fevereiro. E ainda estamos no inverno.

Nunca fez tanto frio em Dezembro quanto naquele ano e Manuela, sem casaco, lenço ou documento, pensava alto enquanto sorvia a décima xicara de chocolate quente.

- Tanta lamuria, tantos planos e sonhos de uma vida em comum e cá estou tomando chocolate quente em Paris. Chocolat chaud, como dizem os bicudinhos. Como são sem sal esses franceses pálidos e delgados.

Paris, a cidade luz. Manuela, a carioca apaixonada. A viagem já estava marcada há um ano, mas era para dois, ela não esperava viajar sozinha. Ele simplesmente de uma hora para outra descobriu que não estava mais apaixonado.

- Como são rápidas as decisões tomadas sobre o calor das emoções. Como a aliança saiu tão fácil do seu dedo. Acho que ela sempre esteve solta, tal e qual um bambolê e ele apenas esperava a hora de tirá-la. Os franceses chamam de Bague de fiançailles e eu hoje chamo de lembrança desnecessária.

Roberto ainda a levou ao aeroporto foi quando se viram pela última vez. Ela não olhou para trás enquanto ele lhe desejava uma boa viagem e nem se preocupou em enxugar as lágrimas antes de embarcar.

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