sexta-feira, dezembro 02, 2022

Amanda 6

Corri para caralho! Porra estou toda fudida! Nem sei como aguento.

Treino é sagrado e sem ele não sou ninguém.

Acordo as cinco, banho gelado, roupa apertada, tênis no pé e rua. Dez quilômetros quase todos os dias, exceto naqueles em que as condições climáticas não permitem, como hoje.

Fiz oito quilômetros e estou exausta.

Ontem foi o aniversário do Joel e todo o escritório foi. Duas garrafas de espumante depois eu já estava longe, nas nuvens. Sai de lá assim que deram chance. Peguei um Uber e capotei na cama assim que cheguei em casa.

Acordar de ressaca é foda, mas faz parte. Quem bebe já sabe que acontece, então não tem do que reclamar e nem o que questionar. É levantar, tomar um banho frio, respirar fundo e seguir.

A camisa rasgada do filho da mãe ainda está aqui, jogada na gaveta. Nem doar para a caridade eu posso porque não vou dar roupa rasgada para os outros. Tudo bem que fui eu quem rasguei quando as coisas esquentaram no sofá, mas não é por isso que tenho que dar outra para ele.

Saímos duas vezes no último mês e ele já estava achando que era namoro, vê se pode. Por mais química que a gente tenha um relacionamento não se faz só com sexo, tem que ter mais coisas.

Não gostamos das mesmas séries, ele não come carne, só bebe cerveja, quer dormir no meu lado da cama e ainda por cima é desprovido de pelos no rosto. Não que tudo isso tenha tanta importância, mas quando acabar o sexo, o que vai sobrar?

Noves fora zero a próxima é sempre a melhor.

Imagem do post: pexels.com/ Tamara Elnova
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