sábado, abril 09, 2011

Ivete

ivete

- Faz uma parada refrescante aí para mim e carrega no gelo.

- Você toma essas coisas quando está sozinho? Mamãe deixa?

Olhei pro lado e vi um monumento parado e me liguei que o bagulho ia ficar doido mais uma vez.

- Sim e também faço mais coisas que a mamãe se estivesse viva, talvez não aprovasse.

Nem perguntei nome, quando ela esboçou uma respostinha padrão mandei um cala boca no melhor estilo “beijo de tirar o fôlego” e resolvi a parada. Nessas horas tem de se pensar rápido e se eu ficasse parado olhando o nada e trocando frases desconexas com ela, ia acabar falando merda e perdendo a gata.

Seu nome era Ivete, igual ao da cantora baiana como deu para perceber, mas ela era bem mais gostosa que a Sangalo. Pensando bem acho que empatava.

Ivete estava curtindo a noite e do nada resolveu puxar papo com o papai aqui e deu no que deu. Estudou filosofia em faculdade católica, comeu muito Globo na areia e puxa ferro até hoje para manter a forma que Deus lhe deu. Só mora na Barra porque não suporta a pasmaceira da zona sul.

Madrugada de domingo, a Inês na pista se acabando de dançar e talvez me esperando levar o moreno que ela pediu e eu aqui dando uns lances na Ivete. Noite mais ou menos essa... Deus nesses últimos dias tem sido bem maneiro comigo. Melhor aproveitar enquanto ele está de bom humor.

- Surreal a parada e o lance é que as ondas são as mesmas desde 1984. Sabe aquela coisa que você acha que vai parar e não para?

- Então você está me dizendo que desde 84 que as ondas estão na mesma freqüência. Tipo lata padrão de coca-cola

- Tipo coisa melhor porque o mar, é o mar.

Esqueci de falar, mas ela também era surfista. Rata de praia da Macumba.

Peguei a Ivete pelo braço e me joguei na pista atrás da Inês. Apresentações feitas, elas se deram super bem e a noite estava apenas esquentando...

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