quarta-feira, setembro 07, 2011

Uma bola redonda

bola redonda

A redonda bola que comprei ontem não coube no guarda roupas e ficou ali, jogada na sala. Uma enorme e redonda bola jogada na sala, inerte e sem vida. Comprei sim uma grande bola redonda e ela neste momento, sem serventia alguma, ocupa um lugar que antes estava ocupado por seu indefectível sorriso.

Antes a bola que permanece inerte, alheia a tudo, a todos e não me causa dor do que a sua imagem brilhando no escuro do meu interior. Sonhos com você no papel principal nunca me fizeram bem e talvez por isso eu precise da bola para ocupar esse espaço e temporariamente me livrar do peso da sua presença em minha vida.

Exatamente como você planejou, aqui estou no lugar de sempre ouvindo as mesmas bobagens e fazendo os mesmos sinais estranhos com as mãos. Ainda sou o mesmo idiota que você conheceu quando olhou ao redor daquela praça. Eu nunca estive em Paris, como também nunca estive no seu coração.

Sabe-se lá a serventia de uma grande bola redonda no meio da sala. Sabe-se lá a serventia da sua lembrança todos os dias na minha mente.

Não procuro as respostas e sim as perguntas certas. Se você é feliz desse jeito, me deixa caminhar mais um pouco.

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