domingo, fevereiro 12, 2012

Não se ame tanto quanto a mim

nao se ame tanto quanto a mim

- Aquela vagabunda! Só pode ter sido ela! Quem mais em toda a face da terra seria capaz de algo assim, me amar como ela me ama?

Quem mais?

Pergunta difícil até mesmo para o mais inteligente dos homens responder, pois amar aquele que nunca amou ninguém era tarefa quase que impossível de se imaginar. Ele nunca mandou flores, nunca teve um gesto de carinho para com quem sempre esteve ao seu lado, não se preocupou com datas especiais e muito menos com as comuns. Ele só queria, o que ainda quer, satisfazer o próprio desejo e seu imenso ego.

Narcisista, fútil e mesquinho. A perfeita personificação do ser detestável, aquele que todos querem ter longe, mas que por algum motivo inexplicável, tem todos por perto. Faz amigos como quem bebe água, os perde a cada suspiro mais longo.

Ele é assim, conquistador nato e péssimo em manter suas conquistas. Coisa que ele realmente nunca quis, pois tudo para ele se resume ao momento em que as coisas acontecem e pronto. Naquele momento ele faz o possível, desde que esse possível lhe exija mínimo esforço, para ter e depois não se preocupa com o que pode e fatalmente vai acontecer. Destrói corações a torto e direito, lança seu charme sem dó e nem piedade, ferindo mais do que facas afiadas.

Até que dentre todas, uma ousou permanecer lhe amando apesar de tudo e ele se viu obrigado a se esforçar para fazer com que ela sumisse de sua vida. Ela seria apenas mais uma, mas resolveu lutar contra tudo, todos e seguir alimentando um amor por um homem que nunca mereceu nada, nem uma lágrima sequer.

Ele, sem ter o que fazer, sumiu e não mais foi visto nos lugares onde costumava laçar suas presas. Viajou dizem que para um país distante, um lugarejo abandonado onde esse raio de amor, essa tal de paixão, não iriam encontrá-lo e assim ele poderia viver em paz.

Esse poderia e é, mais um conto que fala da força do amor sobre todas as coisas, um daqueles contos que no fim tenta passar uma mensagem positiva a respeito da vida e das relações humanas.

Pessoas como os personagens desse conto existem aos montes e estão à solta por aí destilando seu torpe “veneno” em redes sociais sob o manto de mensagens emotivamente preparadas para encantar e convencer o mais incauto de que as coisas um dia vão acontecer como que em um passe de mágica.

São animais “fofinhos”, corações simetricamente perfeitos e frases edificantes dos “maiores” autores dessa e de outras décadas, autores que nunca souberam que um dia estariam sendo compartilhados e curtidos por milhares todos os dias.

Os que amam proclamam a esperança de um dia o amor lhes sorrir, os que fogem do amor como se ele fosse o mal do século vomitam a certeza da escolha. Ambos têm em comum o vazio de suas vidas. Vidas estas que se resumem a tentativas vãs de aceitação. “Você me curte e eu saberei que ainda devo acreditar.” “Você me compartilha e minha “verdade” irá alcançar o mundo.”

De postagem em postagem, de citação em citação, vão sendo iludidos, enganados e acima de tudo, sendo cada vez mais infelizes em suas escolhas.

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