quinta-feira, novembro 13, 2008

Mãe, o pai é foda!

 

pai

 

Não, não é, é apenas um pai, diferenciado, mas um pai e pronto.

Quem teve infância e o prazer de ter uma familia, sabe que mais do que uma mãe presente, protetora, carinhosa, amiga e tudo o mais que só uma mãe pode e sabe ser, um pai participativo e presente de verdade, pode coisas inimaginaveis.

A vida pode e vai te ensinar muitas coisas, mas seu pai, vai te ensinar tudo o que a vida não vai conseguir. Eu, graças a Deus, tive infância, uma familia e um pai.

Aprendi e ainda aprendo muita coisa com o "velho", mas as lições da infância foram as melhores pois permanecem até hoje. Como me esquecer do "pão com mortandicha e saisaisola", dos dias de chuva em que após o temporal ficavamos "contando", em cima do muro, os carros que passavam, dos sorvetes de sexta-feira, dos passeios na Quinta da Boa Vista, as compras do final do mês e um monte de lições que sempre foram passadas nas entrelinhas.

Lembro-me bem dos domingos de manhã, quando eu e minha irmã, juntamente com meu pai, comiamos pão quentinho com ovo frito e tomavamos cerveja Caracu (Antes dos "puritas", Caracu é uma cerveja escura e uma "baianinha" nunca fez mal a ninguém), quando não era isso, comiamos pão com mortadela e tomavamos Coca-Cola (O famoso pão com mortandicha e saisaisola).

Parece que a sua especialidade era fazer de qualquer refeição, uma hora de aprendizagem e era justamente nessas refeições que ele aproveitava para conversarmos, falar bobagens e nos passar suas lições. Um simples prato de salaminho com limão, podia e rendia, conversas longas, cheias de ensinamentos.

Toda sexta feira, ele chegava do trabalho, tomava banho, jantavamos e iamos tomar sorvete na padaria da esquina e dar uma volta no quarteirão. Uma bobagem, mas para nós, que deviamos ter entre 5 e 6 anos, significava muito estarmos ali, fazendo aquele passeio, o sorvete era apenas um detalhe.

Sempre, por imposição dele, aos domingos, almoçavamos juntos e isso era sagrado. Neste dia e nesta hora, não tinhamos outro compromisso, o almoço era sagrado e ele se irritava demais quando eramos interrompidos por qualquer motivo, pois aquele era o nosso momento. Aquele era o momento da familia se reunir e vejo que hoje, com tantos jovens indo pelo caminho errado, o quanto isso nos fez bem.

Meu pai nunca estudou além do primário, não teve pai, mas aprendeu como ninguém, o que fazer para ser um pai de verdade para mim e para a minha irmã. Sempre com simplicidade, direto e sem complicações, ele conseguiu nos encaminhar, agora é com a gente.

Mãe, o pai não é foda, mas dá o jeito dele e você, mais do que ninguém, sabe disso.

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