sábado, fevereiro 21, 2015

O “mozão” é feio. E agora 4

o mozao e feio 4

“Bom dia! Sou leitora voraz da sua coluna e vejo nos questionamentos enviados, muito da coisa da feiura física em contraponto a beleza. Acho que o foco tem sido demasiado na estética, pouco se fala no restante, no sentimento. O meu caso, não foge muito a regra, mas quero focar em outro ponto. Eu e o Lauro temos uma relação tranquila, porque ele se conforma com o pouco de atenção que lhe dou e isso me incomoda. Posso inventar mil histórias, desculpas esfarrapadas e ele nem se dá conta que na verdade, estou me divertindo com outro. Às vezes me sinto culpada, mas ao mesmo tempo penso que tenho que viver a vida, ser feliz. Porque ele não se toca? Será que por ser feio ele acha que tem de ser tapado também? Estou agindo de forma errada com ele? Antecipadamente obrigado pela resposta.”

Interessante o seu relato e que bom que posso respondê-lo, mas não sei se minha resposta vai lhe agradar.

Não foi o Lauro que se acomodou, não é o Lauro o tapado dessa história e nem aquele que não quer ver e aceita sem questionar as suas desculpas, que como você mesma fez questão de frisar, são esfarrapadas. Você é a acomodada, a tapada e aquela que não compreende que está se enganando e não passando a perna em alguém.

O Lauro pode até estar sendo usado, pode estar sendo ferido em seus sentimentos, mas ele está sendo, até onde você me contou, sincero, verdadeiro. Não concordo nem um pouco com essa teoria de que os “bobos” devem ser passados para trás ou que merecem aquilo que fazem com eles, porque ninguém merece aquilo que não deseja e duvido que o Lauro, em sã consciência queira vê-la com outro homem enquanto ele acredita que você está em casa, por exemplo.

Você acha cômodo ter o Lauro a sua disposição para quando precisar de um ombro amigo, de uma ajuda qualquer, quem sabe até de um abraço. Você não quer deixa-lo, porque sabe que ele está ali, a sua disposição, a qualquer hora do dia ou da noite, e fará o possível e o impossível pela sua felicidade, que no fim acaba sendo a dele.

Existe uma corrente que defende que o Lauro não tem amor próprio, que ele deveria pensar mais em si mesmo e tantas outras coisas que considero uma solene bobagem. Penso que o Lauro fez a escolha dele e essa escolha, foi se apaixonar por você, foi se dedicar a uma pessoa. Talvez a escolha dele não tenha sido a mais acertada, apenas isso, mas ele está sendo ele mesmo. O Lauro não criou um personagem que age na calada da noite de forma sorrateira, ele não inventou uma vida paralela com codinome e roupa especial, ele simplesmente confia em você a ponto de não duvidar do que você diz. A questão é que você não diz tudo, você omite o que acha desnecessário contar, a verdade.

Ao mesmo tempo em que você “comemora” o fato de estar se divertindo com outro, se incomoda com o fato dele não perceber que está sendo traído. E lhe sendo bem sincero, o seu incomodo só acontece porque você sabe o tamanho do valor que o Lauro tem e teme estar jogando fora uma pessoa que se importa de verdade com você. Você não quer admitir que é dependente dele, que os outros só servem para que se convença ainda mais do quanto ele é importante em sua vida.

Que tal deixar o comodismo de lado, chamar o Lauro para uma conversa e terminar tudo? Seja feliz ao lado daqueles que hoje lhe divertem. Busque novos ares, novas relações, outras formas de ver a vida. O Lauro vai sofrer para caramba, mas um dia vai acordar, levantar da cama, lavar o rosto e seguir em frente.

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