sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Peça única

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Olhei com calma, analisei a peça, comparei mentalmente com várias outras que eu já havia visto antes e nenhuma delas me pareceu à altura, realmente eu estava diante de uma jóia rara, peça única. Ela estava assustada e com certa razão, eu compreendia o olhar tímido dela, a pele ruborizada e todos os outros sintomas que ela demonstrava estar sentindo. Talvez eu estivesse sendo invasivo demais, direto em demasia, mas realmente eu estava encantado com o que os meus olhos viam.

O vestido de alças finas realçava o seu colo, os ombros arqueados, a pele morena, os cabelos soltos, como se estivessem desarrumados, mas não estavam. Ela não estava linda, ela era linda e me chamou a atenção logo que entrou no salão. Estava sozinha, segurava uma pequena bolsa e sorriu discretamente para o garçom, que entendendo o sinal, foi à mesa e fez as honras da casa. Ela pediu ou foi agraciada com champanhe, nada mais apropriado. Pensei em lhe oferecer uma Clicquot, mas a Chandon que a acompanhava estava a sua altura.

Por alguns instantes pensei que ela estivesse aguardando alguém, alguém distinto o bastante para acompanhá-la, mas como ninguém apareceu, se atreveu, ou estava à altura, percebi que ela não era dessas que se deixava seduzir por um flerte barato, ela estava ali porque não precisava de homem algum para escoltá-la. Decidi que eu precisava, no mínimo, conhecê-la, saber que mistérios ela escondia.

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