quarta-feira, dezembro 14, 2011

Elisabeth 2

elisabeth 2

E nós fugimos juntos para o interior de Goiás, fomos plantar tomates e ouvir os pássaros. Elisabeth e eu no meio de todo aquele mundo sem fim de sementes plantadas, regadas, adubadas e prontas para darem seus frutos.

Já conheci muitas, nenhuma igual, Elisabeth sempre foi única em tudo o que fez. Católica apostólica romana, de freqüentar a missa todos os dias no mesmo horário, ela nunca usou o santo nome em vão. Passou dois anos inteiros ao lado de seu pai em seu leito de morte e só aos 36 anos se deu conta de que ainda precisava viver.

Inscrita na meia maratona ficou em quinto lugar, participando de um campeonato de xadrez foi décima colocada, cantando sua música preferida foi eliminada em um concurso de calouros. Mudamo-nos para Goiás, bem lá no interior e lá, ela cantou novamente.

Dois filhos depois, já com alguns anos acima dos 36 de quando começou a transformar sonhos em realidade, Elisabeth finalmente se contentou com o que conseguiu e me abandonou. Eu fiquei em Goiás, plantando tomates e cuidando da cria.

De primeira classe ela aterrissou em Londres e acho, feliz. O sorriso em seu rosto nunca mais vi, nem nos postais que manda pros meninos. Um dia ela disse que volta, um dia eu disse que vou buscá-la, um dia esses dias vão chegar.

Enquanto isso eu sigo o drama, me deito na cama e vou vivendo devagar.

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