quinta-feira, abril 09, 2009

Alô

 

 

Sem pensar, corri para o telefone e esperei ouvir sua voz macia me dizendo o quanto me amava e o quanto estava ansiosa por noticias minhas. Decepcionado desliguei o telefone e peguei as chaves do carro, desci as escadas com a velocidade que me cabia no momento e fui ao seu encontro.

- Já não dá mais para continuarmos a mentir um para o outro tudo o que se passou entre nós ficará para sempre em minha memória, nunca me esquecerei dos momentos felizes em que juntos fomos um só corpo numa mesma sintonia, fomos fortes e sinceros, foi bom mais acabou. Adeus!

O despertador insistente não parava de tocar e eu em meu sono profundo preferia não lhe dar ouvidos. A garrafa vazia de whisky rolava pelo carpete e me lembrava o terrivel porre que fazia a minha cabeça latejar como um tambor. Eu acabara de acordar e ja era noite novamente, o breu invadia o quarto e cobria os lençois que um dia estiveram sobre o seu corpo nú e inerte diante de meus olhos atentos, que percorriam cada detalhe , cada curva, cada contorno, cada parte de seu maravilhoso corpo que um dia eu tive em meus braços e que hoje o destino se encarregará de colocar em outros braços.

O silêncio cortava a noite e me lembrava o tempo em que juntos o quebravamos e o faziamos acreditar que eramos os senhores do mundo, os donos da situação. Que decepção!

Eu olhava o seu retrato esperando uma resposta para o fim do nosso amor e dos nossos planos de conquista, nossos lindos e belos planos de uma vida feliz, uma vida à dois em que construiriamos um mundo, um lar e uma nação. Sem derramar uma lágrima sequer eu vi você partir, vi você me abandonar, me deixar e destruir todos sentimentos que existiam em meu interior e que se manifestavam da maneira mais bonita que existe, se manifestavam em forma de amor.

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